Denúncia feita contra 87 supostos integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) no âmbito da Operação Flashback II, contra as ‘Damas do Crime', apontou que uma liderança da facção teria tentado se vingar do marido. Nesta quarta-feira (8), quatro presos na ação foram condenados, enquanto outros dois foram absolvidos.

Conforme o (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), os denunciados ocupariam cargos de liderança na facção, em Campo Grande. Eles seriam responsáveis pelo tráfico de drogas, também por tribunais do crime e por organizarem roubos e sequestros na cidade e também no interior.

Ainda segundo o documento apresentado pelo Gaeco, uma das líderes da facção teria tentado se vingar do marido, também faccionado, após ele a agredir. Ele foi preso em flagrante pela violência doméstica e a acusada então passou a divulgar que ele integrava a facção rival, Comando Vermelho.

Na denúncia, a informação é de que a acusação foi feita para que o marido fosse julgado em tribunal do crime, por trair o PCC. Ao todo 87 integrantes do PCC foram identificados pelo Gaeco, que dividiu o processo em 10 denúncias. Nesta quarta-feira, foi publicada sentença contra 7 réus.

Foram condenados Allyson Lemes de Freitas, o ‘Noventa', a 9 anos 2 meses e 26 dias de reclusão em regime fechado e 996 dias-multa; Carla Galdino Fernandes a 3 anos e 6 meses de reclusão em regime semiaberto, e 816 dias-multa. Ela foi absolvida do crime de integrar organização criminosa.

Érika de Oliveira também foi condenada a 3 anos e 6 meses, em regime aberto, mais pagamento de 816 dias-multa e foi expedido alvará de soltura. Ela também foi absolvida de integrar organização criminosa. Laura Jane Schuman Kanuf foi condenada a 4 anos, 9 meses e 5 dias em regime semiaberto, mais 15 dias-multa e absolvida de tráfico de drogas.

Outros dois denunciados, Leandro Aparecido Sales Silva e Ronielson Ferreira dos Santos, o ‘Cipriano', foram absolvidos. Marco Antônio Ferreira, Marcelo de Souza Silveira e Cristiano Martins da Silva também foram denunciados, no entanto o processo contra eles foi suspenso, já que não compareceram aos atos e a defesa foi omissa.

Operação Flashback II

A ação teve um total de 216 mandados expedidos, entre busca e apreensão e prisão e foi feita em uma união de forças policiais, tendo atuação de Polícia Civil, Militar, Gaeco e Polícia Federal. Durante a ação, 6 presídios foram alvos de cumprimento de mandados.

Foi apontado pelo Gaeco que as mulheres passaram a integrar cargos de liderança e de execução no PCC. Tudo isso foi detalhado, uma vez que inicialmente a facção criminosa era formada apenas por homens. Porém, com a prisão desses integrantes, eles passaram a confiar cargos a pessoas em quem podiam contar, especialmente as esposas e companheiras.

Nas investigações, durante quatro meses de escuta telefônica, foram identificados 4 tribunais do crime com ordens de execução. Destes, 3 foram consumados, com morte dos ‘julgados', e um foi registrado como uma tentativa de execução. Os números indicam que houve um aumento de 557% no número de mulheres alvos da operação nesta segunda fase, sendo que na primeira eram apenas 7.