“Crime motivado por nada”, disse Anderson Salles, de 43 anos, irmão de Emerson Salles assassinado a tiros, em 2020, pelo colega de trabalho em uma briga em lanchonete, na Avenida Mato Grosso, em Campo Grande.

Anderson disse ao Jornal Midiamax que ainda espera por justiça, e que Bruno vai querer se inocentar a qualquer custo. “Foi um crime motivado por nada, fútil”, disse o irmão da vítima que revelou ter ficado em estado de choque quando soube da morte de Emerson. 

Durante o julgamento, Bruno chorou bastante e disse que se defendeu de Emerson. Bruno revelou que o colega de trabalho sempre fazia chacotas com ele,  chamando-o de ‘viado’, e que não entendia por que Emerson achava que ele era homossexual. Ele ainda disse que, no dia do crime, o motoentregador teria dito a ele, “de hoje não passa”. 

Sobre a arma usada no crime, Bruno revelou que a comprou 18 meses antes do assassinato para se proteger durante seu trabalho, e que no dia da briga que acabou em morte havia mostrado o revólver para Emerson para tentar intimidá-lo, mas que, ao guardar a arma, a vítima foi atrás dele.

Ele ainda disse que Emerson teria afirmado que entregaria seu corpo para sua mãe, com isso, os dois começaram a brigar e foi nesse momento que fez os disparos. Quando questionado sobre o tiro na cabeça, ele disse: “Eu não me lembro, foi muito rápido, só vi que ia morrer, que ia apanhar, não sei explicar para os senhores”.

Assassinato e imagens

Em seguida, pelas imagens divulgadas, é possível ver quando Bruno faz disparos contra Emerson, que se agarra à pilastra da lanchonete e cai no chão, sendo que neste momento o autor se aproxima e faz um disparo contra a cabeça de Emerson, que chega a ser socorrido, mas morre na Santa Casa.

Conforme as informações policiais, uma funcionária do local entrou em desespero e pediu para que Bruno não atire contra Emerson, que ainda está vivo, mas de nada adianta. 

Um dia antes do crime, na quarta-feira, Bruno teria levado a motocicleta para arrumar e, por isso, avisou que Emerson trabalharia sozinho. Assim, os dois já tiveram uma primeira briga, em que trocaram xingamentos. Já na noite do crime, o autor estava conversando com um funcionário da lanchonete e perguntou se era Emerson quem iria lá. “Tomara que ele nem venha, se não ele vai ter o dele”, teria ameaçado o colega, momentos antes de Emerson chegar ao serviço.

Assim, logo que Emerson chegou, ele e o colega iniciaram a discussão e depois começaram a se agredir. Com isso, os dois teriam trocado socos e ainda foram ‘apartados’ pelas pessoas que estavam ali, mas brigaram novamente.

Foi então que o entregador sacou a arma de fogo, que não se sabe ao certo se estava na cintura ou na mochila. Neste momento, ele fez os primeiros disparos e a dona da lanchonete implorava para que ele não matasse Emerson, conforme os relatos policiais. Mesmo assim, ele deu mais um disparo na cabeça da vítima. Essa questão também é rebatida pela defesa de Bruno, que afirma que a proprietária do estabelecimento só chegou ao local após o crime.