Após ser atendida com queimadura grave e lesões nas áreas íntimas, a criança de três anos, torturada durante um ritual de , em uma na cidade de , a 143 quilômetros de , passou por cirurgia e está fora de perigo. A mãe foi presa em flagrante nesta quarta-feira (07) e o caso é investigado pela Polícia Civil.

O foi descoberto após a própria mãe buscar atendimento em uma unidade de saúde para tratar da queimadura grave em uma das pernas da criança. Ao perceber as demais lesões nas partes íntimas e uma possibilidade de crime de abuso sexual, o foi acionado. Após isso, a mãe foi encaminhada para a Delegacia de Polícia para prestar esclarecimentos.

De acordo com O Pantaneiro, no depoimento inicial, a mãe da criança informou que o padrasto da vítima seria o principal suspeito de abusá-la sexualmente. Então, uma viatura da Polícia Civil seguiu até a fazenda de local de trabalho do suspeito. O homem foi localizado e também levado para a Delegacia de Polícia mas negou qualquer crime.

Ele ainda explicou que as lesões nas partes íntimas foram causadas pela própria mãe e avó da criança ao tentarem realizar uma desobstrução das fezes da menina que já durava 10 dias com um objeto fino cortante e com as próprias mãos.

Após as contradições, a mãe confirmou que mentiu aos policiais sobre a suspeita do padrasto e que as lesões foram causadas ao levar a criança a uma curandeira da aldeia indígena. De acordo com a mãe, no ritual, a criança precisaria sentar-se em um tijolo que estaria em alta temperatura e ao realizar este procedimento teria ocorrido a queimadura na perna.

Somente por conta da gravidade da queimadura, a mãe levou a criança para ser atendida por um na aldeia. A criança apresentou sangramento e dor causadas em virtude de introdução forçada de objeto e dedo em seu ânus. A tortura durou cerca de um dia e uma noite. Já no Hospital Regional de Aquidauana, diante da gravidade das lesões no ânus e constipação intestinal, a menor teve que passar por uma cirurgia de emergência, a princípio sem constatação de abuso sexual.

A mãe da criança foi presa em flagrante pelo crime de tortura com aumento de pena por ter sido cometida contra criança. Os demais envolvidos serão intimados para prestar depoimento sobre os fatos.

Em nota, a Polícia Civil informa que o cometimento de maus-tratos, tortura e abuso sexual contra menores são inadmissíveis, sendo que estes e quaisquer outros delitos cometidos em desfavor de grupo vulnerável serão investigados e punidos na forma da lei.