O contador Tércio Moacir Brandino, que forjou a própria morte para tentar enganar a polícia, é acusado de pegar empréstimo no valor de R$ 150 mil em um banco, usando o nome de uma empresa que não era dele, bem como colocando como garantia um caminhão pertencente a uma transportadora, obviamente, sem conhecimento da mesma. Ele estava foragido e foi preso no mês de abril pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crimes Organizado), em condomínio na Vila Aimoré, em Campo Grande.

Conforme denúncia oferecida pelo MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), em 2010, Tércio teria obtido o empréstimo em nome de uma empresa do ramo alimentício, colocando o caminhão como garantia. No entanto, em 2011, um representante da transportadora tentava efetuar o licenciamento do veículo, quando descobriu que a existência de um gravame associado à empresa alimentícia.

Diante dos fatos, a Polícia Civil foi acionada e foi instaurado inquérito pela Dedfaz (Delegacia Especializada em Repressão a Crimes de Defraudações e Falsificações). As investigações constataram junto à (Junta Comercial de Mato Grosso do Sul) que a referida empresa alimentícia estava em nome de um familiar de Tércio, que já havia falecido. Neste sentido, exame grafotécnico constatou a falsificação de assinaturas feitas por Tércio.

Prisão

Conforme já noticiado, Tércio foi condenado por ligação com crimes apurados nas operações Lama Asfáltica, Caduceu, Iceberg e Canindé. A Operação Canindé, deflagrada pela (Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado) em 2016, desarticulou organização criminosa especializada em estelionato com maquinários agrícolas. A ação teve 11 pessoas presas, entre elas o contador.

Embora já condenado e cumprindo pena junto à (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), o autor acabou ilegalmente liberado no dia 09 de fevereiro de 2017, do Instituto Penal de Campo Grande, com alvará de soltura em outro processo, porém, mantendo ainda em seu desfavor outros dois mandados de prisão preventiva que impediam sua liberação. No entanto, ele saiu pela porta da frente e não havia sido localizado desde então.

A liberação ilegal e consequente fuga foi descoberta depois de dois meses, quando Tércio foi procurado no Instituto Penal para ser intimado e tomar ciência de sua condenação por estelionato e falsificação de selos públicos, no mês de abril daquele ano.Na ocasião, o oficial de Justiça constatou a fuga. O caso foi investigado e um agente penitenciário foi condenado por ajudá-lo.

Já foragido, o contador ainda tentou impedir sua recaptura pelos órgãos de segurança pública, simulando a própria morte. Ele atribuiu seus dados pessoais a um paciente que havia dado entrada no Hospital Regional de Campo Grande e morrido em seguida. Contudo, a fraude foi descoberta pelo Dracco, através de confronto papiloscópico requisitado e promovido pelo Instituto de Identificação de Campo Grande.

Desde então, a equipe policial realizava diversas diligências em busca do paradeiro do contador. Ele estava em um condomínio na Vila Aimoré, imóvel que servia como seu atual esconderijo.