Nesta quarta-feira (16), a defesa de Reginaldo Freitas, ex-policial civil preso em flagrante no dia 26 de maio por extorsão, fez pedido para retirada da tornozeleira eletrônica do acusado. Na audiência de custódia após a prisão, foi concedida liberdade provisória de Reginaldo mediante uso do monitoramento.

Na peça, a defesa afirma algumas vezes que o cliente não praticou o crime de extorsão. É pontuada inclusive incerteza sobre a legalidade do flagrante. “Parece ter sido minuciosamente arquitetado e preparado”, diz a defesa. A manifestação foi feita com intenção da retirada da tornozeleira eletrônica do ex-policial civil.

Ainda para a advogada Priscila Camargo, não houve ameaça ou violência por parte do acusado em relação à vítima. “Tão pouco fora encontrado com ele, Reginaldo, qualquer tipo de arma de fogo ou algo do gênero, que pudesse configurar uma intimidação à vítima”. Segundo a defesa, o retorno dos acusados até a casa da vítima teria ocorrido para que firmassem um acordo sobre a dívida.

A alegação é de que eles teriam sido induzidos ao erro, ao retornarem na casa da vítima no dia marcado. O pedido da revogação da medida cautelar também é feito afirmando que Reginaldo não teria maus antecedentes. Até o momento, não foi apresentada denúncia sobre o caso. Sobre a revogação da medida, deve ser feita manifestação do MPMS (Ministério Público de ), para posterior decisão.

Prisão por extorsão

Na manhã daquela quarta-feira, 25 de maio, Reginaldo foi preso em flagrante com o ex-comandante da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), coronel José Ivan de Almeida. Segundo apontado pela polícia, as vítimas fizeram um negócio com Patrick Georges, que também acabou preso naquele dia.

Do negócio, teria resultado uma dívida, que passou a ser cobrada a juros. Nesta ocasião, as vítimas já tinham pago valor maior ao que supostamente deviam e ainda eram cobradas. A polícia aponta que o modus operandi é semelhante como agiam investigados da Omertà.

Coronel Ivan e o ex-policial civil eram o ‘braço armado' da ação, agindo mediante grave ameaça. Com isso, coagiam as vítimas e praticavam a extorsão. Os três foram presos em flagrante por extorsão em ação conjunta entre o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a a Banco, Assaltos e Sequestros) e (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

José Ivan de Almeida integrou a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul por mais de 20 anos. Ele comandou a corporação pelo período de 2001 a 2006. Atualmente, o militar recebe mensalmente R$ 32.940,62, conforme informação do Portal da Transparência.