Alvos da Operação Desdita, que prendeu 48 pessoas e transferiu lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital) de presídios estaduais para federais, três réus tentam absolvição. Condenados em setembro de 2020 por vários crimes, eles são apontados como lideranças da facção em e alegam ilegalidade nas provas obtidas por escuta telefônica.

Os réus são Nilton Cezar Corvalan, acusado pelo (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de comandar os integrantes do PCC, na época presos no Pavilhão I da Máxima. Também Rafael Pimentel Duarte de Souza, que comandava atividades da facção no estado, e Elton Vicente Pereira, acusado de comandar faccionados em um bairro de Campo Grande.

Condenados há um ano, eles foram sentenciados a cumprir as penas em regime fechado. Rafael foi condenado a 10 anos e 3 meses, Nilton a 9 anos e 4 meses e Elton a 6 anos. A defesa tentou absolvição a partir da nulidade da decisão que deferiu a escuta telefônica, que levou à identificação dos mais de 40 integrantes do PCC.

A decisão da turma da 3ª Câmara Criminal foi de afastar o recurso, negando pedido. Também foi alegada fragilidade no conjunto probatório, mas a condenação restou mantida.

Operação Desdita

A operação foi realizada em abril de 2017, meses após um ‘salve geral' do PCC, em meados de 2016, que levou o Gaeco à investigação. Com isso, 48 pessoas que agiam dentro e fora dos presídios acabaram presos, sendo 24 detidos em flagrante na operação.

Na época, o Gaeco confirmou a identificação de 9 dos principais líderes do PCC que agiam em Mato Grosso do Sul. Destes, ao menos 6 foram transferidos para o Sistema Penitenciário Federal, Francivaldo Rodrigues Lima, o ‘Pantaneiro', Antônio Marcos dos Anjos Silva, o ‘Daleste', Diego Freitas Leite, vulgo ‘Lendário', Nilton Cezar Antunes Veron, o ‘Cezinha', Rui Ederson da Silva Fernandes, o ‘Veloster' e Rogério dos Santos Costa, vulgo ‘Armegedon'.

Além dos 48 presos, a operação apreendeu dez armas de fogo de grosso calibre, milhões de reais e significativa quantidade de droga, que não teve o número exato divulgado. Quatro veículos, que haviam sido furtados e roubados, foram recuperados, 42 contas bancárias usadas pelo grupo foram bloqueadas e valores sequestrados, além do bloqueio de 94 terminais de telefonia.

Foram 12 mandados de prisão cumpridos em Campo Grande, seis em Naviraí, quatro em Dourados, um em Ponta Porã e um em Mossoró, no Rio Grande do Norte.