Na quarta-feira (26), o juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, determinou abertura de investigação por falso testemunho de uma amiga de Yasmin Beatriz Almeida Guedes, assassinada aos 18 anos. A jovem foi morta pelo ex-namorado, Hércules Alves de Souza, de 21 anos, no dia 29 de setembro de 2020.

Em fase de audiências para que sejam ouvidas as testemunhas do caso e, posteriormente, o interrogatório do réu, duas amigas de Yasmin prestaram depoimento no início da semana. Após a testemunha ser ouvida, o magistrado determinou a extração de cópias da declaração na fase policial e da gravação na audiência.

Conforme o juiz, a amiga da vítima, mesmo compromissada na forma da lei, apresentou versão contraditória do que foi declarado inicialmente na delegacia. Ela chegou a dizer várias vezes que não se recordava do que tinha dito em depoimento à polícia. Com isso, os depoimentos foram encaminhados para a Supervisão Criminal do Ministério Público para abertura da investigação criminal por falso testemunho.

Réu por feminicídio

A denúncia contra Hércules foi apresentada pelo (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) em 19 de março e recebida no mesmo dia. Conforme a acusação, o crime aconteceu por volta das 0h45 daquele dia 29 de setembro de 2020. Ainda segundo a peça, Hércules e Yasmin tiveram um relacionamento por aproximadamente um ano.

Neste período, eles terminaram e voltaram algumas vezes e, no dia do crime, estavam mantendo o relacionamento, mas não publicamente. Durante o relacionamento conturbado, Hércules já tinha praticado violência doméstica contra a vítima, inclusive cortando o cabelo dela em uma das ocasiões.

No dia do crime, Yasmin estava com uma amiga quando recebeu ligação de Hércules e foi até ele após pedir corrida por um aplicativo. Quando se encontraram, Hércules atirou várias vezes contra a vítima, que foi atingida por 10 disparos na cabeça, tórax e braços.

Após os fatos, Hércules fugiu e só foi encontrado e preso no dia 21 de fevereiro de 2021. Para o MPMS, o acusado cometeu feminicídio qualificado por motivo torpe, já que a ‘desculpa' seria o ciúme exacerbado que sentia da vítima. Também agiu com recurso que dificultou a defesa de Yasmin.

Após a prisão, Hércules não quis dar declarações no interrogatório, ficando em silêncio e alegando pretensão de responder apenas em juízo.