Acusado do feminicídio de Graziela Pinheiro Rubiano, que até hoje não teve o corpo encontrado, Rômulo Rodrigues Dias tenta liberdade provisória. O pedido foi feito neste domingo (11) pela defesa do acusado, que está preso desde abril de 2020, após a polícia identificar provas de que ele seria o autor do crime.

No pedido, o advogado Thiago Sirahata pontua que a prisão temporária de Rômulo foi feita em 19 de abril de 2020, depois convertida em preventiva em junho. Já em 28 de outubro foi pronunciado. A defesa afirma que, preso há 1 ano e 3 meses, o réu tem colaborado desde o início com a persecução penal.

O advogado alega que é um tempo considerável de prisão cautelar, mas que não há necessidade extrema e urgente para manter a prisão no momento. A defesa pede a revisão da prisão, pondo o réu em liberdade provisória, com decretação de quantas medidas cautelares diversas da prisão forem necessárias.

Relembre o caso

Conforme denúncia do Ministério Público Estadual, o crime ocorreu no dia 5 de abril de 2020. Rômulo e Graziela estavam juntos desde 2017, mas o relacionamento era abusivo e a mulher não conseguia se livrar. O acusado promovia ameaças e dizia que iria se matar caso se separassem. Conforme testemunhas, ele era uma pessoa ciumenta, agressiva e já havia batido na vítima em outras oportunidades.

O caso veio à tona quando no dia 6 de abril amigas aguardavam Graziela para uma reunião em que ela não compareceu. O fato causou estranheza e as testemunhas acionaram Rômulo. Por sua vez, ele alegou que ela teria ido embora para o Paraná e em seguida disse que a vítima se assumiu homossexual e foi morar com outra mulher, por isso estava sumida. Tais alegações provocaram desconfiança e o caso foi levado a conhecimento da polícia.

Durante as investigações, o Rômulo foi ouvido pela autoridade policial e relatou que Graziela teria ido morar no estado do Paraná, pois teria assumido um relacionamento homossexual, bem como afirmou que no dia 6 de abril, entregou na marmoraria onde trabalhavam o uniforme e as chaves da vítima ao proprietário do estabelecimento comercial, alegando que a vítima havia lhe pedido para ir até o local comunicar que ela não iria mais trabalhar.

A versão apresentada pelo réu se mostrou fantasiosa na medida em que a prova pericial realizada no veículo e na residência do casal, além de vários depoimentos colhidos durante a fase investigativa, demonstraram inúmeras contradições apresentadas por ele e seu propósito de ocultar o feminicídio por ele cometido.

Foi realizada perícia numa edícula no fundo do terreno onde residiam autor e vítima, ocasião em que, quando submetido o local ao reagente luminol, foi encontrado vestígios de sangue. Outra perícia constatou a presença de sangue no teto do veículo na parte traseira lado esquerdo e no encosto do banco traseiro lado direito comprovando que o sangue era da vítima. Diante de tais evidências, Rômulo foi pronunciado e vai a júri popular por feminicídio e ocultação de cadáver.