‘Agiu ardilosamente’: condenado por matar boliviano, delegado perde cargo
Fernando foi condenado a 20 anos de prisão
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
“Agiu ardilosamente modificando o estado de coisas, bem como intimidou e coagiu testemunhas visando obter a sua impunidade quanto ao crime de homicídio praticado, o que reforça a incompatibilidade em permanecer exercendo o cargo para o qual foi nomeado”, assim declarou o magistrado André Luiz Monteiro ao dar a perda de cargo a Fernando Araújo da Cruz Júnior, ex-titular da Deaji (Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e do Idoso) de Corumbá, condenado pelo assassinato de Alfredo Rangel Weber dentro de uma ambulância, em fevereiro de 2019.
O delegado foi condenado a 20 anos e 10 meses de prisão, não podendo recorrer em liberdade. Na sua decisão, o juiz afirmou que “Com efeito, a perda do cargo público se mostra imperiosa. Em primeiro lugar por conta do preenchimento dos requisitos legais, sobretudo ante a incompatibilidade do regime fechado e a função de Delegado”.
Ainda segundo o magistrado, “ Em segundo, porque as circunstâncias do crime demonstram a inaptidão do réu em cotejo com o cargo no qual ocupa, uma vez que o crime foi praticado com extrema violência contra pessoa, e por agente estatal que deveria mostrar equilíbrio em suas ações”.
Assassinato
O boliviano Alfredo foi esfaqueado em uma festa e depois socorrido, sendo levado de ambulância para Corumbá. Então, o delegado interceptou a ambulância e o matou a tiros antes de chegar ao hospital. Mas Fernando, achando que não havia testemunhas do crime, foi pego de surpresa quando foi informado pelo investigador da Polícia Civil, Emmanuel Contis, de que a irmã da vítima estava na ambulância e viu o assassinato.
Em meio a toda a trama do homicídio, testemunhas foram coagidas sendo uma delas o motorista da ambulância, que teve como advogada a mulher de Fernando, Silvia. No entanto, o que o casal não esperava era que policiais bolivianos e até um promotor usassem de chantagem para extorquir os dois, com pedido de R$ 100 mil para que não implicassem o delegado ao assassinato.
Na tentativa de encobrir os rastros do crime até execuções dos policiais e delegados que estavam investigando o caso foi arquitetada por Fernando e Emmanuel, que informava ao delegado todos os passos das investigações.
Tráfico x Minotauro
O delegado ainda estaria ligado ao tráfico de drogas, já que ele e a mulher estariam em contato com Fernando Limpias, que já havia trabalhado para Adair José Belo conhecido como ‘Belo’ e para Sérgio de Arruda Quintiliano, o Minotauro, que foi preso em Santa Catarina, no dia 4 de abril.
Fernando Limpias estaria comprando fazendas, com pista de pouso, na Bolívia para o transporte de drogas e estava à procura de ‘parcerias’. Silvia, então, teria oferecido a ‘parceira’ através da logística de reabastecimento dos aviões. Nas conversas com o traficante é perceptível o domínio do assunto tanto pelo delegado como por sua mulher. A defesa do delegado negou as acusações sobre envolvimento com o tráfico de drogas.
Assim, Fernando e Emmanuel foram presos em 29 de março, em ação da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) e Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros).
Notícias mais lidas agora
- ‘Apenas vendedora’, diz ex-miss apontada como membro de quadrilha e acusada de estelionato
- Idoso de 70 anos morre na Santa Casa após cair em hélice de roçadeira em chácara
- ‘Tenho como provar’: nora vem a público e escreve carta aberta para sogra excluída de casamento em MS
- Adolescente é encontrada em estado de choque após ser agredida com socos e mordidas e pais são presos
Últimas Notícias
VÍDEO: Prevenção ao câncer que mata 47 homens por dia leva apenas 10 segundos
Câncer de próstata é o segundo tipo que mais mata no país, atrás somente do câncer de pulmão
Calorão não dá trégua e temperatura pode chegar aos 36ºC em MS neste sábado
Temperatura máxima deve ultrapassar os 30ºC em todas regiões do Estado
Precisa de médico? Confira a escala nas UPAs e CRSs de Campo Grande
Neste sábado (23) mais de 100 médicos estarão trabalhando nas unidades de saúde de Campo Grande
Tio é agredido ao negar R$ 10 para sobrinho comprar drogas em Campo Grande
Sobrinho teria furtado o aparelho celular do tio após as agressões
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.