Acusado pelo assassinato de seu tio-avô Veríssimo Coelho dos Santos, de 61 anos, teve o pedido de revogação da prisão preventiva negado na sexta-feira (30) pela Justiça. O crime ocorreu em Dourados e o autor responde por homicídio com requinte de crueldade.

Conforme apurado pelo site local Dourados News, a decisão é do Juiz Eguiliell Ricardo da Silva, que ainda pontuou que o acusado é indiciado com agravante de porte irregular de arma de fogo de uso permitido. Segundo o magistrado “o crime de homicídio doloso por si só é punido com pena privativa de liberdade máxima superior a quatro anos, o que autoriza o decreto de prisão preventiva a teor do inciso I do art. 313 do Código Penal”.

O juiz ainda considerou que a denúncia foi oferecida pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) no dia 20 de abril e declarou existir clara “existência dos fatos (materialidade) com indícios suficientes de autoria que recaem na pessoa do requerente”.

O despacho ainda afirma que “a prisão em flagrante do ora requerente foi convertida em prisão preventiva para garantia da ordem pública, em razão em razão da periculosidade social do autuado revelada pelo modus operandi, eis que teria agido com extrema violência, (gravidade concreta do delito)”.

Confissão

Ainda no mês de abril, outro acusado de participação no homicídio, também preso, deu detalhes sobre o crime à Polícia Civil. Ele disse ter agido a mando do sobrinho da vítima, que golpeou Veríssimo com uma barra de ferro na cabeça e foi desovado na caminhonete onde estava no dia em que foi achado, em uma chácara.

No dia do crime, ele disse ter ficado com a pistola calibre 380 comprada pelo outro autor e recebido mensagem para ir até a chácara onde o idoso foi morto. O homem não teria respondido o contato, e foi buscado pelo caseiro do local.

Ele ainda detalha que, ao chegar na chácara, Veríssimo já estava caído ao solo, e tinha sido golpeado com uma barra de ferro na cabeça pelo sobrinho. A vítima, então, foi arrastada até a caminhonete, mas ainda tinha sinais vitais.

Foi nesse momento em que o sobrinho de Veríssimo o sufocou com uma capa de sofá vermelha, segundo o autor. A dupla colocou a vítima no banco do passageiro da caminhonete onde foi encontrada, para que o corpo fosse desovado. O autor do depoimento ainda disse que ele seguiu o sobrinho – que estava com o tio no banco ao lado – em uma picape Strada, e atirou 18 vezes no vidro, a pedido do companheiro.

A arma do crime ainda “levou a arma como pagamento”. Por fim, ele explicou à Polícia que os dois esconderam a arma no meio da vegetação, próximo a um rego d’água, por volta das 22h. A barra de ferro usada na agressão, boné, celular de Veríssimo, corda usada para enforca-lo e a roupa ensanguentada foram jogados em um riacho.

O delator ainda levou os policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais) até o local do crime, onde foram encontrados alguns dos objetos descritos.
Na última terça-feira (20), o juiz Eguiliell Ricardo da Silva decretou a prisão preventiva do rapaz que depôs e determinou a quebra do sigilo telefônico do segundo autor (sobrinho) e da vítima. O processo corre em segredo de justiça.