Violência contra mulher na pandemia: número de mortes cresce 11,4% em MS

Por outro lado, houve redução de outros crimes de violência contra a mulher, que pode ser reflexo da subnotificação de casos.

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Parte dos primeiros seis meses de 2020 os brasileiros passaram pela fase mais rígida das restrições de circulação provocadas pela pandemia do coronavírus. Um dos reflexos diretos foi o aumento de 11,4% no número de mulheres mortas de forma violenta em Mato Grosso do Sul. Enquanto que no 1º semestre do ano passado foram 44 vítimas, o número subiu para 49 este ano, de acordo com o anuário brasileiro de segurança pública.

Embora eficaz do ponto de vista sanitário, impôs às mulheres vítimas de violência um tempo maior de convivência com seu parceiro, na maioria das vezes seu agressor, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, autor do levantamento.

Outro dado que expõe a violência de gênero no estado é o aumento de 4,3% no número de feminicídio no período.

Redução de outros crimes

Outro dado importante analisado pelo anuário é a redução de outros crimes contra a mulher. Por exemplo, foi constatado que os registros de estupro contra vítimas do sexo feminino tiveram queda de 27% no estado. Ainda, registros de lesão corporal teve redução de 9,6% e ameaça de 15,9%.

Entretanto, a pesquisa ressalta que alguns crimes dependem da presença física da vítima na delegacia, como no caso do estupro, por exemplo. “As denúncias começaram a cair na quarentena em função das medidas que exigem o distanciamento social e a maior permanência em casa”, destaca trecho da publicação.

Violência contra mulher na pandemia: número de mortes cresce 11,4% em MS

Além disso, o documento leva em conta que “a presença mais intensa do agressor nos lares constrange a mulher a realizar uma ligação telefônica ou mesmo de dirigir-se às autoridades competentes para comunicar o ocorrido”.

Assim, a diminuição do registro de algumas ocorrências de violência contra a mulher neste período representa menos uma redução de casos de violência contra a mulher e mais as dificuldades e obstáculos que as mulheres encontraram na pandemia para denunciar a situação de abuso a que estão submetidas.

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