Tenente-coronel suspeito de atuar no contrabando de cigarros tem liberdade negada
No início do mês, a defesa do tenente-coronel Erivaldo José Alves entrou com pedido de revogação da prisão. O militar foi preso na Operação Avalanche em 15 de maio, suspeito de integrar organização criminosa que articulava contrabando de cigarros de origem paraguaia. O pedido, no entanto, foi negado. Apesar da negativa da revogação da prisão, […]
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No início do mês, a defesa do tenente-coronel Erivaldo José Alves entrou com pedido de revogação da prisão. O militar foi preso na Operação Avalanche em 15 de maio, suspeito de integrar organização criminosa que articulava contrabando de cigarros de origem paraguaia. O pedido, no entanto, foi negado.
Apesar da negativa da revogação da prisão, o advogado José Roberto Rosa afirma que entrará com habeas corpus, uma forma de recorrer da decisão. Ele também atua na defesa do coronel Kleber Haddad Lane, que também teve um pedido de revogação de prisão feito, mas ainda aguarda resposta do Judiciário.
Erivaldo era comandante do Batalhão de Sidrolândia, um dos alvos das investigações, onde segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) eram articuladas propinas para que as cargas ilegais de cigarro não fossem apreendidas. Já Kleber Haddad foi comandante do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), quando segundo as investigações teria participado do esquema criminoso.
Denúncia do Gaeco
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) ofereceu denúncia contra o grupo criminoso no dia 5 de junho. Segundo as investigações, os militares chegavam a receber propinas entre de R$ 10 mil a R$ 150 mil.
Além disso, a promotoria classificou a conduta dos oficiais como sendo da mais alta gravidade, além de “ferir frontalmente o decoro da classe, o pundonor e o sentimento de dever, de maneira que se torna incompatível com a atividade policial militar”. Após a operação, deflagrada em 16 de maio, os comandos foram trocados e todos os presos afastados das funções.
Prisão de militares na Avalanche
Mandados foram cumpridos em Campo Grande, Coxim, Sidrolândia, Naviraí, Aquidauana e Dourados. Todos os alvos da operação que resultou em sete prisões tinham bom trânsito político, salários mensais na faixa dos R$ 20 mil e posições de comando na Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública).
Foram presos o ex-comandante do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) Kleber Haddad Lane, tenente-coronel Carlos da Silva, tenente-coronel Wesley Freire de Araújo, tenente-coronel Josafá Pereira Dominoni, major Luiz César de Souza Herculano, tenente-coronel Jidevaldo de Souza Lima e tenente-coronel Erivaldo José Duarte.
Operação Oiketicus III
A operação Avalanche é um desdobramento da Oiketicus e está em sua terceira fase, com cumprimentos de mandados em várias cidades do Estado. Em Dourados, a casa do comandante do 3º batalhão local da PM também foi alvo de cumprimento de mandado de busca e os agentes saíram do local com vários documentos. O comandante foi levado para o batalhão de polícia da cidade e contra ele havia um mandado e prisão.
A primeira fase da Operação Oiketikus foi desencadeada pelo Gaeco do Ministério Público Estadual e pela Corregedoria Geral da Polícia Militar, em 2018 e levou a prisão cerca de 29 policiais que foram denunciados por corrupção passiva e organização criminosa, por integrarem a chamada “Máfia dos Cigarreiros”.
As investigações iniciaram em abril de 2017 e apontaram que policiais militares de Mato Grosso do Sul davam suporte ao contrabando, mediante pagamento sistemático de propina, interferindo em fiscalização de caminhões de cigarros para que não ocorressem apreensões de cargas e veículos, além de adotarem outras providências voltas para o êxito do esquema criminoso. Os cigarreiros agiam associados desde o início de 2015, estruturalmente ordenados e com divisão de tarefas. As atividades eram desenvolvidas em dois grandes núcleos.
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