Serial killer que matou e enterrou 7 em Campo Grande e esposa devem ir para presídio

Após pedido da defesa de Cleber de Souza Carvalho, de 43 anos, o juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, determinou a transferência do réu para o IPCG (Instituto Penal de Campo Grande). A defesa alegou que ele estaria sofrendo agressões físicas e psicológicas por parte da polícia. O Jornal […]

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Após pedido da defesa de Cleber de Souza Carvalho, de 43 anos, o juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, determinou a transferência do réu para o IPCG (Instituto Penal de Campo Grande). A defesa alegou que ele estaria sofrendo agressões físicas e psicológicas por parte da polícia.

O Jornal Midiamax apurou que o advogado Jean Carlos Cabreira fez denúncia junto ao Gacep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Polícia) contra três investigadores e o delegado da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) por tortura contra Cleber. Ele também fez uma representação na OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil).

No dia 22, sexta-feira, o juiz Aluízio determinou a transferência de Cleber ao presídio e agora é aguardada vaga, que será determinada pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário). A princípio a transferência não deve acontecer ainda nesta terça-feira (26) por conta dos procedimentos a serem feitos de prevenção ao coronavírus.

Serial killer que matou e enterrou 7 em Campo Grande e esposa devem ir para presídio
Cleber, de verde, durante as buscas (Foto: Divulgação)

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), representado pelo promotor Douglas Oldegardo, opinou pelo deferimento da imediata transferência e também para que em toda e qualquer diligência policial, o advogado de Cleber esteja presente. Na madrugada em que foi preso, Cleber indicou os locais onde os corpos das vítimas foram encontrados e o trabalho policial foi iniciado, perdurando durante todo o dia e se estendendo também ao fim de semana.

O Midiamax já havia noticiado que, em conversa informal, o pedreiro disse aos policiais que preferiria ir para o presídio do que ao hospício e que não sofre de distúrbios mentais, como pretendia alegar a defesa. Ele ainda teria sido colaborativo com a investigação, respondendo sobre as vítimas quando questionado e indicando os locais onde estavam os corpos.

A esposa de Cleber, Rose Gonçalves Carvalho, que foi presa na segunda-feira (25) mediante mandado de prisão preventiva, também deve ir para o presídio por não haver interesse por parte da investigação de que ela fique custodiada na delegacia. O pedido de prisão foi feito também pelo promotor Oldegardo, na entrega da denúncia.

No pedido, o MPMS alega que deveria ser cumprida a prisão preventiva de Roselaine em razão da gravidade dos fatos e da periculosidade da denunciada. Ela estava em liberdade com medida cautelar, utilizando tornozeleira, e voltou a ser detida.

Desaparecimentos e terror em bairros de Campo Grande

As investigações começaram após a descoberta da morte de José Leonel Ferreira dos Santos, 61 anos, assassinado por Cleber com auxílio da filha, Yasmin Natacha de 19 anos. Ele foi enterrado no quintal da própria casa, onde a família de Cleber então começou a morar. Preso uma semana depois, Cleber passou a revelar os assassinatos.

Na madrugada de sexta-feira (15), José Jesus de Souza, de 44 anos, conhecido como Baiano, que estava desaparecido desde fevereiro deste ano, teve o corpo encontrado em um terreno no Coophatrabalho. Roberto Geraldo Clariano, de 48 anos, desaparecido desde junho de 2018, foi morto durante uma discussão no Recanto dos Pássaros enquanto fazia um serviço com o autor, e os trabalhos para localizar o corpo da vítima perduraram por toda manhã.

Já no início da tarde, o corpo do idoso Hélio Taira, de 73 anos, que estava desaparecido desde novembro de 2016, também foi localizado. Cleber fazia reforma em residência na Vila Planalto e, na ocasião, Hélio foi contratado para prestar um serviço de jardinagem, quando se desentenderam. Hélio foi enterrado na varanda da casa e o local foi concretado e teve piso colocado em cima.

Serial killer que matou e enterrou 7 em Campo Grande e esposa devem ir para presídio
(Foto: Via WhatsApp)

Flávio Pereira Cece, de 34 anos, desaparecido desde 2015, era dono do imóvel onde foi encontrado enterrado no bairro Alto Sumaré, região da Vila Planalto. Ele era primo do serial killer Cleber, que segundo a polícia, matou o primo a pauladas o enterrou e vendeu a residência por R$ 50 mil com o corpo de Flávio enterrado. O corpo foi encontrado após ser escavado um buraco de 1,60 metro de profundidade, em um quarto.

Na noite de sexta-feira (15), foi encontrado o corpo de Claudionor Longo Xavier, de 48 anos, que saiu de casa no dia 16 abril, foi assassinado e teve a moto XTZ Crosser vendida pelo autor. O corpo estava no mesmo terreno onde a polícia encontrou José Jesus.

Na manhã de sábado (16), Timotio Pontes Roman, de 62 anos, foi encontrado morto em um poço dentro de residência na Rua Urano, no bairro Vila Planalto. Cleber teria sido contratado para fazer um serviço para a vítima, o matou em uma discussão e o jogou dentro do poço. O crime teria acontecido um dia após a morte de José Leonel.

Em todas as ocasiões, Cleber agiu da mesma forma, atingindo as vítimas com pancadas na cabeça, com instrumentos que tinha em mãos. Assim também, todas as vítimas foram enterradas. Os casos podem ser tratados como homicídio qualificado por motivo fútil e ocultação de cadáver.

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