Após tentar afastar delegado, serial killer começa a ser ouvido sobre mortes em Campo Grande

Na segunda-feira (1º), o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, determinou que deve ocorrer normalmente a oitiva de Cleber de Souza Carvalho, de 43 anos. O pedreiro foi denunciado pelo homicídio de pelo menos 7 pessoas em Campo Grande e na última semana o advogado de defesa tentou dispensar […]

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Na segunda-feira (1º), o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, determinou que deve ocorrer normalmente a oitiva de Cleber de Souza Carvalho, de 43 anos. O pedreiro foi denunciado pelo homicídio de pelo menos 7 pessoas em Campo Grande e na última semana o advogado de defesa tentou dispensar a oitiva.

No dia 29 de maio, o advogado Jean Carlos Cabreira entrou com pedido de providências, para que fosse dispensada a oitiva de Cleber, marcada para esta terça-feira pela autoridade policial. Ele alegou que o réu ficou detido na DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) por 10 dias e que não teria sido ouvido neste período, tornando dispensável a oitiva nesta terça.

No inquérito, o delegado Carlos Delano esclarece que o trabalho intenso na identificação e localização das 7 vítimas apontadas por Cleber impediu que ele fosse ouvido formalmente sobre cada crime. Por isso, foi marcada uma data para que ele prestasse depoimento. Denunciado junto ao Gacep (Grupo de Atuação Especial para o Controle Externo da Atividade Policial), o delegado ainda sofreu tentativa de ser substituído nas oitivas.

O advogado alegou que o delegado teria praticado crimes de tortura contra o réu e, caso ele ouvisse Cleber, poderia causar constrangimento. O pedido era que ele fosse substituído por outra autoridade policial durante as oitivas, sem prejuízo das investigações do caso. O juiz, Aluízio Pereira, decidiu que a oitiva deve acontecer normalmente.

Segundo a decisão do juiz desta segunda-feira, o pedido do advogado não comporta deferimento, porque o interrogatório é uma diligência que cabe à autoridade policial, não sendo delimitado o momento em que é feito o interrogatório ou a quantidade suficiente para esclarecer os fatos. Além disso, o procedimento no Gacep não acarreta na suspensão ou afastamento das funções do delegado. “O fato do inquérito ser dispensável não significa que não pode ser realizado”, pontua o magistrado.

No entendimento do juiz, o Estado tem o direito de elucidar os crimes, sendo que na mesma proporção o acusado tem suas garantias, como a de permanecer em silêncio, não sendo obrigado a prestar o depoimento. O juiz não viu constrangimento e decidiu pela continuidade da oitiva.

O Midiamax apurou que Cleber deve ser ouvido no decorrer do mês sobre cada homicídio que teria confessado anteriormente, apontando os locais onde as vítimas foram enterradas. Cleber está preso, mediante determinação da prisão preventiva feita pelo juiz.

Desaparecimentos e mortes

No dia 7 de maio, os policiais da DEH acharam o corpo de José Leonel Ferreira dos Santos, 61 anos, enterrado no quintal de casa, na Vila Nasser. A vítima foi encontrada depois que a irmã denunciou o desaparecimento e também que havia pessoas estranhas morando na residência de seu Leonel.

Uma semana depois, em 14 de maio, Cleber foi preso escondido em uma casa em Campo Grande, em trabalho conjunto da DEH e Batalhão de Choque. Com isso, confessou o homicídio de José Leonel e uma série de outras mortes, totalizando 7 vítimas. Foram dois dias de trabalhos intensos para que os corpos fossem desenterrados.

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