Policiais corruptos e autoridades paraguaias podem estar implicados na execução de Leo Veras
A investigação de laços entre policiais corruptos, autoridades judiciais paraguaias e o narcotráfico na região norte do Paraguai é apontada como principal motivação para a execução do jornalista brasileiro Leo Veras, 52 anos, na noite desta quarta-feira (13), em Pedro Juan Caballero, na divisa com a cidade sul-mato-grossense de Ponta Porã. O Governo do Paraguai […]
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A investigação de laços entre policiais corruptos, autoridades judiciais paraguaias e o narcotráfico na região norte do Paraguai é apontada como principal motivação para a execução do jornalista brasileiro Leo Veras, 52 anos, na noite desta quarta-feira (13), em Pedro Juan Caballero, na divisa com a cidade sul-mato-grossense de Ponta Porã.
O Governo do Paraguai anunciou que 4 promotores de Justiça de Assunção devem chegar ainda nesta quinta-feira (13) para acompanhar as investigações.
Leo Veras, que colaborava com diversos jornais paraguaios e brasileiros, como o Jornal Midiamax, foi morto com pelo menos 12 tiros na casa dele, em um bairro de Pedro Juan Caballero, enquanto jantava com a família. Familiares do jornalista, que é velado do lado paraguaio, mas será sepultado no Brasil, temem pela segurança.
Entre os jornalistas colegas de Leo Veras, o clima também é de tensão e medo. Uma reunião entre os profissionais brasileiros e paraguaios estava sendo cogitada para pedir aos promotores mais segurança para os jornalistas que cobrem a fronteira, mas como o clima ainda é de muita desconfiança, a reunião e o pedido foram cancelados.
A polícia paraguaia declarou na manhã desta quinta (13), que já teria informações dos suspeitos pelo assassinato, que estaria ligado as matérias publicadas por Leo Veras que denunciavam o crime organizado na fronteira. Mas, especulações são de que o crime seria por conta de investigações feitas pelo jornalista sobre a corrupção dentro da polícia paraguaia.
Uma das filhas do jornalista contou ao Jornal Midiamax que há tempos o pai vinha recebendo várias ameaças, mas que ele não se preocupava acreditando que nada iria acontecer com ele. “Ele achava que por que conhecia muita gente, nada aconteceria com ele”, disse a jovem.
Agora, a família do jornalista está com medo e apreensiva, já que os autores ainda não foram presos. Muitos amigos e policiais foram até o velório de Leo para prestar suas últimas homenagens. A polícia disse ainda que não sabia que o jornalista estava sendo ameaçado. Ele tinha proteção policial, que foi retirada há oito anos. Não se sabe os motivos para a proteção do jornalista ter sido retirada.
Em um vídeo que circulou nas redes sociais, o jornalista pediu para que sua morte não fosse tão violenta, “por que aqui se um pistoleiro quer te matar, ele vem na sua porta, manda você abrir e te dá um tiro”, disse no vídeo.
Leo foi atingido por 12 tiros, sendo que um foi na cabeça pelas costas quando ele já estava caído no chão, o que demonstra que o jornalista tentou fugir dos pistoleiros. Todos os tiros foram disparados pelas costas de Leo, que chegou a ser socorrido e levado ao hospital, mas não resistiu e morreu.
Os três pistoleiros encapuzados estavam em um Jeep Grand Cherokee. Nos últimos dias, Léo Veras concedeu entrevista à emissora Record no programa Domingo Espetacular, em uma matéria especial sobre respeito do tráfico de drogas e violência na fronteira.
O corpo do jornalista está sendo velado no Parque das Primaveras, em Pedro Juan Caballero e o sepultamento deve acontecer na manhã de sexta-feira (14).
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