Nesta quinta-feira (13), de Naviraí realiza operação em , a 459 quilômetros de , cumprindo mandados por crimes de lavagem de dinheiro e contrabando. O foco seria uma organização criminosa especializada no contrabando de couro e agrotóxicos.

Segundo a Polícia Federal, os mandados de busca e apreensão são cumpridos para desarticular a organização criminosa, que além do contrabando atua em crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Sete Quedas é um município de fronteira com o , país vizinho, principal ‘distribuidor’ de contrabandeado para o Brasil.

Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Federal da Seção Judiciária de Campo Grande e são cumpridos nas residências dos investigados. Conforme a polícia, eles estariam internalizando irregularmente em território nacional couro e agrotóxico, além de dissimular a origem ilícita dos recursos financeiros obtidos com a prática criminosa, com uso de ‘laranjas’.

A operação foi denominada Abate, uma alusão ao abatedouro utilizado pelos investigados para realizar a mescla do produto lícito com o material importado irregularmente do Paraguai.

Aumento das apreensões de contrabando

Nos últimos meses, tem crescido o número de apreensões de agrotóxicos contrabandeados do Paraguai. Ações feitas pela Polícia Rodoviária Federal, DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e Polícia Militar já apreenderam toneladas do produto. No último fim de semana, o jornal The Washington Post divulgou matéria com números dessas apreensões e dados sobre o contrabando.

Na publicação, o jornalista aponta a fronteira do Paraguai como um local “onde a fiscalização aduaneira varia de frouxa a inexistente” e relembra que em Mato Grosso do Sul o peso dos pesticidas apreendidos dobrou em 2019 e que a polícia e os promotores cada vez mais reclamam de uma situação fora de controle.

A informação é de que o agrotóxico é produzido na China, chega ao Paraguai e pela fronteira seca entra no Brasil. Segundo o jornal internacional, o pesticida ilegal é duas vezes mais poderoso do que o permitido no Brasil, o que poderia causar ainda mais riscos à saúde da população. “A cada ano, os pesticidas envenenam 3 milhões de pessoas e matam mais de 200.000, estima a OMS (Organização Mundial da Saúde)”.