‘Ouvi a voz da minha mãe falecida, Camila você não pode morrer agora’: diz sobrevivente a estupro e 14 facadas
Era para ser mais um dia normal na vida de Camila quando ela saiu de casa, no dia 29 de julho de 2019, às 11h20 da manhã para ir até a casa de sua cunhada com quem tinha marcado um compromisso, mas a caminhada de apenas 10 minutos foi interrompida brutalmente por um homem que […]
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Era para ser mais um dia normal na vida de Camila quando ela saiu de casa, no dia 29 de julho de 2019, às 11h20 da manhã para ir até a casa de sua cunhada com quem tinha marcado um compromisso, mas a caminhada de apenas 10 minutos foi interrompida brutalmente por um homem que a arrastou para o meio de um matagal e cometeu o crime.
“Ele era muito frio e com muita calma dizia para eu calar a boca”, relatou Camila que ainda contou em um desabafo na sua rede social, que depois de pedir o celular e exigir que eu desbloqueasse o aparelho para ele, coisa que não conseguiu por que estava sem internet.
Nesse momento, o pesadelo de Camila só piorou e ela foi esfaqueada 14 vezes pelo autor que ainda abusou sexualmente dela. Durante o ataque, ela ainda implorava para que ele levasse o celular e a deixasse ir embora. Mas, nem um dos suplícios de Camila foram atendidos pelo homem que continuou a esfaqueá-la.
Cada facada acertou um órgão da vítima, que foi socorrida com muito sangramento ficando internada vários dias na Santa Casa de Campo Grande, onde passou por quatro procedimentos cirúrgicos, entre eles uma cirurgia plástica já que teve vários ferimentos no rosto. “Eu lembro de flash por que acho que desmaiei, tive um coágulo na cabeça e um afundamento de crânio”, disse ela.
Por causa dos ferimentos, Camila sangrava demais e não conseguia se desamarrar para pedir ajuda, “eu pensei que se não saísse dali iria morrer, já que o mato estava muito alto e ninguém iria me encontrar”.
‘Queila’, esse é o nome que Camila nunca mais irá esquecer, a moça que a ajudou. “Deus enviou ela para me ajudar”. Depois de tentar sair do meio do matagal e pedir ajuda, Camila não conseguia se levantar já que estava fraca e perdendo muito sangue, mas a ‘salvadora’ dela passava pelo local bem no momento em que reuniu as últimas forças que tinha para levantar o braço e pedir por socorro.
Camila foi socorrida e levada para o hospital e lá ficou durante seis horas na sala de cirurgia depois de ter o rim, o fígado, o pulmão e o baço perfurados. A vesícula foi retirada pelos médicos. A traqueia de Camila também foi perfurada e ela teve de aprender a falar novamente. Durante a tentativa dos médicos de manterem a paciente viva, ela ouviu a voz da mãe que já havia falecido há sete meses, “Camila você não pode morrer agora”.
E ela resume assim: “foram 9 dias na UTI, 14 facadas, dias difíceis”. Camila ainda tem de conviver com a lembrança do rosto do autor, mas agradece a Deus por mais uma chance de viver.
O crime
O crime aconteceu no dia 29 de julho de 2019, quando a vítima foi esfaqueada e encontrada com as calças abaixadas em uma mata nos fundos do Jardim Carioca, em Campo Grande. A vítima foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros.
Uma testemunha contou que a mulher passava por uma ponte estreita sobre um córrego na região e o suspeito estaria embaixo de uma árvore. O homem abordou a vítima e a arrastou para dentro da mata, local onde aconteceu o crime. Ele esfaqueou a vítima, que foi atingida no peito e costas.
Testemunhas relataram que a mulher se arrastou até próximo a ponte para pedir socorro. Ela foi encontrada com as calças abaixadas e ao ser socorrida teria dito que o homem abusou dela.
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