Matou a marteladas para sacar R$ 33 mil do FGTS, diz filha de vítima em julgamento

Juliane Gomes de 25 anos, filha de Berlamino Barbosa de Souza de 58 anos, assassinado em novembro de 2018 por Geronilson Souza Nascimento, de 24 anos, disse acreditar que o pai foi morto por causa de R$ 33 mil do FGTS que tinha. Geronilson vai a julgamento nesta quarta-feira (5) pelo crime depois do 1º […]

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Juliane Gomes de 25 anos, filha de Berlamino Barbosa de Souza de 58 anos, assassinado em novembro de 2018 por Geronilson Souza Nascimento, de 24 anos, disse acreditar que o pai foi morto por causa de R$ 33 mil do FGTS que tinha. Geronilson vai a julgamento nesta quarta-feira (5) pelo crime depois do 1º júri, em novembro de 2019 ter sido cancelado após a mudança da tipificação, que de homicídio passou a latrocínio.

A jovem contou ao Jornal Midiamax, que espera por justiça, que foi um crime cruel o que aconteceu com seu pai. Ela ainda fala não acreditar na história contada por ele, de que teria acontecido uma briga anteriormente por causa de mulher, o que teria culminado no assassinato.

Matou a marteladas para sacar R$ 33 mil do FGTS, diz filha de vítima em julgamento
Filha espera por Justiça (Henrique Arakaki, Midiamax)

Juliane ainda fala que vários objetos vinham sumindo da casa do pai depois que Geronilson passou a morar com a vítima. Ela disse que na casa acabou encontrando um papel do FGTS do pai, com o valor descriminado de R$ 33 mil, e acredita que o réu ao ver o papel achou que poderia sacar o dinheiro, tanto que o cartão do pai havia sumido depois do crime.

Ainda segundo ela, o autor teria chegado a oferecer o cartão de Berlamino a sogra para que cuidasse de seu filho. Mas, a mulher não teria aceitado e quando Geronilson foi até o banco com o cartão da vítima descobriu que o amigo só tinha R$ 7 reais. Juliane ainda fala que o anel de ouro que o pai usava no dedo teria sumido, além de perfumes da residência. O autor continua alegando legitima defesa para o assassinato. Ele disse só se lembrar de três marteladas, mas a perícia na época apontou oito marteladas.

Sobre a tentativa de ocultar o cadáver, o réu contou que não sabia o que fazer após o assassinato, e por isso, colocou o corpo dentro do carro da própria vítima e o levou até Aquidauana. Depois do assassinato e da desova do corpo, Geronilson teria ido a uma festa e em seguida a uma fazenda para tentar arrumar dinheiro para pagar um advogado, já que ao tentar sacar da conta de Belarmino percebeu que o amigo só tinha R$ 7.

O júri desta quarta-feira (5) é composto por quatro mulheres e três homens.

O crime

O crime ocorreu no dia 23 de novembro de 2018, e o corpo foi encontrado três dias depois, em um matagal na cidade de Aquidauana. O réu confessou o crime, mas afirmou que teria se defendido. Belarmino conheceu Geronilson no trabalho, depois viraram amigos e a vítima ofereceu moradia para o amigo. “Ele me ajudou muito, só tenho que agradecer, eu não queria ter matado ele”, disse o autor em depoimento durante o júri, que foi cancelado posteriormente.

Na data dos fatos, eles teriam tido uma discussão, que segundo depoimento de Geronilson, começou por ciúmes de uma ex-namorada da vítima. “Estava trocando mensagens com ela pelo Facebook, ele ficou enciumado e começou a mudar comigo”, relatou. O réu afirmou que já teria alugado uma casa após brigar com Belarmino e no dia do assassinato, foi até a residência da vítima para buscar algumas coisas. “No dia eu tinha fumado maconha e tinha bebido bastante. Voltei tarde e ele perguntou se eu estava com a ex dele, então me deu uma porrada”, contou.

Depois, segundo o depoimento, Belarmino teria ido ao quarto. “Ele falou que ia pegar um negócio pra mim e então eu o acompanhei. Ele pegou um martelo e me atingiu, tomei o martelo dele e dei um soco”, afirmou. Depois disso foram mais cerca de sete marteladas na vítima, mas Geronilson afirma que desferiu três.

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