Justiça adia julgamento de feminicídio pela 2ª vez por falta de testemunha

Pela segunda vez e pelo mesmo motivo, a 1ª Vara do Tribunal do Júri cancelou o julgamento de Genilson Silva de Jesus, acusado de assassinar a facadas a esposa Ramona Regilene Silva de Jesus. O crime ocorreu no dia 4 de junho de 2017 e o julgamento estava marcado para o próximo dia 6. A […]

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Foto ilustrativa | Reprodução
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Pela segunda vez e pelo mesmo motivo, a 1ª Vara do Tribunal do Júri cancelou o julgamento de Genilson Silva de Jesus, acusado de assassinar a facadas a esposa Ramona Regilene Silva de Jesus. O crime ocorreu no dia 4 de junho de 2017 e o julgamento estava marcado para o próximo dia 6.

A medida se dá em razão da ausência de uma testemunha arrolada pela defesa e considerada de suma importância. Tal testemunha precisa acompanhar a filha de apenas nove anos que está internada na Santa Casa, sem previsão de alta. Por este motivo, o juiz Carlos Alberto Garcete cancelou o procedimento.

O júri havia sido marcado, inicialmente, para o dia 21 de novembro do ano passado, mas foi adiado pela primeira vez porque três testemunhas de acusação faltaram e os depoimentos delas seriam imprescindíveis para o caso, segundo informado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). 

Feminicídio no Celina Jallad

No dia 4 de junho de 2017, Ramona foi assassinada com 10 golpes de faca pelo próprio marido após uma discussão. Ele chegou a alegar que agiu em legítima defesa, dizendo que ela teria tentado o esfaquear e que ele tomou a faca das mãos dela.

A vítima estava almoçando na casa de uma irmã, no Santa Emília, e o casal já teria tido uma discussão lá. No residencial, as brigas se intensificaram e Genilson perseguiu a esposa pelos cômodos da faca, a esfaqueando. Marcas de sangue ficaram por toda a casa e a vítima ainda correu pedindo socorro, caindo no quintal do vizinho.

Após cair ela ainda foi alcançada pelo marido e esfaqueada mais vezes. Genilson só parou após intervenção dos vizinhos.

Versão do acusado

Genilson contou que durante o almoço em família, ele e outros familiares começaram a fazer brincadeiras sobre algumas travestis que tinham passado pela rua da residência. O acusado afirmou que a esposa tinha muito ciúmes e ao chegar em casa começaram uma discussão por causa das brincadeiras feitas durante o churrasco.

Ele contou em depoimento que a esposa teria dito que ele gostava de travestis, momento em que os ânimos se alteraram e ele passou a desferir palavras de baixo calão. Em seguida Ramona, conforme o relato do acusado, teria buscado uma faca e tentou esfaqueá-lo. Ele tomou o objeto da mão da mulher e a esfaqueou dez vezes.

Versão desmentida

A versão de Genilson foi desmentida pelas delegadas que cuidaram do caso, Fernanda Félix e Anne Karine, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). De acordo com as delegadas na época, a discussão teria começado no quarto do casal, onde Ramona foi encurralada e esfaqueada.

As paredes e chão ficaram cheias de marcas de sangue. A mulher ainda tentou escapar fugindo pelas ruas do residencial, mas foi perseguida quando caiu no chão e Genilson continuou esfaqueando a esposa. Ele foi agredido por moradores com garrafas e espeto até fugir em meio a um matagal. Genilson foi de Uber até a casa de uma irmã, no bairro Danúbio Azul onde ficou escondido até a sua prisão que aconteceu dois dias depois, dia 6 de junho.

A irmã de Ramona contou que o casal estava em processo de separação, e que Genilson não aceitava. Segundo ela o relacionamento do casal sempre foi marcado por brigas, mas a vítima nunca conseguiu registrar um boletim de ocorrência. Genilson aguarda julgamento em liberdade desde o final de 2017.

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