Testemunhas ouvidas durante a investigação da Polícia Civil sobre o assassinato de Larissa da Silva Cruz, de 18 anos, afirmaram que a jovem programava voltar para sua cidade natal, Itaporã, onde também reside sua família, porém, o suspeito, Luciano Pedraza de Oliveira, de 25 anos, não aceitou o término. Ele então armou uma emboscada e atraiu a vítima até a pedreira, em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande, onde golpeou a vítima por 26 vezes.
De acordo com o delegado Rodolfo Daltro, da DP de Dourados, a apuração até o momento descarta totalmente as alegações de Luciano, de que Larissa estaria o traindo. “O que os vizinhos relataram é que a Larissa era uma pessoa séria e alegre e que havia exposto que queria ir embora. […] No depoimento ele tenta denegrir a imagem da vítima, mas a verdade é que ele não aceitou o término do relacionamento. Então, de forma premeditada, ele a atraiu até o local onde eles costumavam ir, próximo à pedreira e a matou”, disse o delegado.
O casal estava junto há cerca de dois anos. Nesta terça, Luciano a chamou para ir até a pedreira, como feito costumeiramente, por ser um lugar de paisagem bastante visitado pelos douradenses. “Eu falei, Larissa, vou te levar embora para casa da sua mãe. Mas eu não ia levar ela embora, eu já estava com o intuito de levar ela na pedreira e matar. Eu já tinha certeza do que ia fazer, pois estava com muito ódio no coração”, disse Luciano.
Luciano afirmou que pegou a faca escondido da jovem e que tomou cuidado para manter o diálogo pacificamente, com o objetivo de não levantar suspeitas. De acordo com o Dourados News, Larissa percebeu a intenção do namorado já nas proximidades da estrada de terra entre o lago da pedreira e a MS-379, onde foi encontrada sem vida no final da manhã de terça-feira (15).
“Ela perguntou ‘onde que você está me levando?'. Foi quando eu falei para ela: ‘eu vou te matar'. […] O que ela fez foi tentar derrubar a gente, mas consegui entrar na estrada de terra e ela pulou da moto. Eu voltei, larguei a moto no chão e corri atrás dela e quando ela caiu eu já dei um chute na cabeça e pulei em cima”, detalhou. O acusado disse que a vítima pediu para “morrer sozinha”, antes dele desferir um último golpe de faca. “Eu não aguentei aquela situação e dei mais uma porque não queria ver ela sofrendo”.
Após, Luciano voltou para casa, momento em que constatou que havia perdido os óculos. “Ele voltou para a pedreira, achou esse óculos quebrado e nesse momento, arrastou o corpo para vegetação alta, visando esconder esse corpo”, explicou Daltro.
Luciano foi localizado após ação conjunta entre policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais) de Dourados e unidades policiais do município de Bataguassu. Ele estava em um ônibus intermunicipal tentando deixar Mato Grosso do Sul, rumo ao Estado de São Paulo.
