Inspetor de escola procura delegacia após acusação de assédio contra alunas em Twitter

Após o movimento hashtag Exposed ter começado na noite da última segunda-feira (1º), quando uma usuária do Twitter começou a expor casos de assédio várias denúncias contra agressores foram postadas em questões de minutos. Em Campo Grande muitas vítimas passaram a usar o canal para relatarem abusos. Em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo […]

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Após o movimento hashtag Exposed ter começado na noite da última segunda-feira (1º), quando uma usuária do Twitter começou a expor casos de assédio várias denúncias contra agressores foram postadas em questões de minutos. Em Campo Grande muitas vítimas passaram a usar o canal para relatarem abusos.

Em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande, um inspetor de uma escola estadual procurou a delegacia nesta terça-feira (2) para registrar um boletim de ocorrência contra uma postagem que o apontava como assediador de alunas. A conta onde havia sido feita as postagens acabou excluída.

Ele disse na delegacia que estava em casa quando recebeu a mensagem, que havia sido divulgada no Twitter onde afirmavam que ele dava em cima de aluna da escola. Uma diretora de outra instituição de ensino da cidade também procurou a delegacia depois de ter o nome divulgado nas redes sociais, segundo o site Hoje Mais.

Inspetor de escola procura delegacia após acusação de assédio contra alunas em Twitter
(Reprodução)

Em Campo Grande

Pelo menos 8 rapazes já procuraram as delegacias em Campo Grande após terem os nomes expostos no Twitter, acusados de crimes de estupro ou assédio. Dois deles foram até a Depca e os outros registraram os boletins nas Depacs (Delegacias de Pronto Atendimento Comunitário).

Com idades entre 21 e 27 anos, todos alegam que foram caluniados, injuriados ou difamados, mas em alguns registros não chegam a dizer que o caso é mentira, apenas que não conhecem as pessoas que colocaram os nomes deles na rede social, os associando com crimes.

Denúncias

Pela rede social, várias vítimas começaram a relatar os casos de estupro, abuso e assédio sexual que sofreram. Algumas se encorajaram e se expuseram, expondo também o nome dos suspeitos de cometerem os crimes. Outras escrevem seus relatos no bloco de notas do celular, tiram print e encaminham para algum usuário publicar.

Foram inúmeras denúncias expondo amigos, colegas, professores, fotógrafos, pessoas conhecidas em Campo Grande, empresários, entre vários outros. Um perfil chegou a ser criado para denunciar exclusivamente casos de assédio em uma escola de Campo Grande, tanto por parte de professores quanto de alunos.

Para que os denunciados sejam investigados criminalmente, deve haver a queixa-crime, o registro em boletim de ocorrência junto à polícia. Assédio sexual é crime, é qualificado por constranger alguém com intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se da condição de superior hierárquico para cometer o crime. A pena é de detenção de 1 a 2 anos e é aumentada em até um terço se a vítima tiver menos que 18 anos.

O crime de estupro consiste em constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. A pena é de reclusão de 6 a 10 anos, podendo ser aumentada se resulta lesão corporal grave ou se a vítima tem menos que 18 anos.