Filho de ex-vereador tem prisão decretada pela morte de pistoleiro e policial após 4 anos
Na última semana, juíza de Bela Vista, cidade a 324 quilômetros de Campo Grande, expediu mandado de prisão preventiva contra Oscar Ferreira Leite Neto, o Oscarzinho, acusado de duplo homicídio na região de fronteira com o Paraguai em abril de 2016. Ele está desaparecido desde 2017 e é considerado foragido. A decisão pela prisão preventiva […]
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Na última semana, juíza de Bela Vista, cidade a 324 quilômetros de Campo Grande, expediu mandado de prisão preventiva contra Oscar Ferreira Leite Neto, o Oscarzinho, acusado de duplo homicídio na região de fronteira com o Paraguai em abril de 2016. Ele está desaparecido desde 2017 e é considerado foragido.
A decisão pela prisão preventiva de Oscarzinho foi tomada quatro anos após o crime, sendo que o inquérito policial foi instaurado uma semana após o duplo homicídio, em 28 de abril de 2016, e o relatório apresentado em maio de 2018. A denúncia foi ofertada em julho de 2019, mais de três anos após a morte de Alberto Aparecido Roberto Nogueira, o Betão, e Anderson Celin Gonçalves da Silva.
A juíza decidiu pela prisão preventiva de Oscar pela conveniência da instrução penal, uma vez que o relatório do inquérito aponta que o questionamento do paradeiro dele causa desconforto e temor em alguns residentes na fronteira. O mandado de prisão é válido até março de 2060, mas ainda não há indícios de onde o acusado está ou mesmo se ainda estaria vivo.
Duplo homicídio na fronteira
A denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) aponta que em 21 de abril de 2016, por volta das 6h10, Oscarzinho assassinou Betão, conhecido pistoleiro da região de fronteira, e Celin, policial civil. O crime aconteceu na região do lixão de Bela Vista, onde foi encontrada a camionete Hilux carbonizada, com os corpos das vítimas.
As investigações apontam que Betão e Celin foram até Bela Vista para pescar e também para ‘fazerem um trabalho’, algo relacionado a uma cobrança.
Depoimentos de testemunhas revelaram que Oscarzinho esteve com as vítimas na casa do pai dele, onde teria atirado contra os dois homens e os colocado na carroceria da camionete Hilux, que foi levada até o lixão, onde foi queimada. A polícia afirma que Betão e Celin fariam uma cobrança relacionada ao comércio ilegal de cigarros.
Também foi apurada uma relação muito próxima entre Betão e Oscarzinho, que se tratavam como pai e filho, o que para o autor do crime teria facilitado o encontro, já que aparentemente iriam apenas pescar e confraternizar.
Fuga e desaparecimento
Um mês após o duplo homicídio, em maio de 2016, um homem considerado comparsa de Oscarzinho foi preso em um hotel em Campo Grande. Guilherme Gonçalves Barcelos, na época com 31 anos, chegou a confessar que Oscar era o autor dos disparos contra Betão e Celin, mas que tinha envolvimento no crime também.
Ele ainda revelou para a polícia que Oscarzinho também estava em Campo Grande, em outro hotel. Equipes policiais fizeram buscas, mas não localizaram o autor do crime. Horas depois, Guilherme foi encontrado por investigadores do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos e Resgate, Assaltos e Sequestros) enforcado na cela em que estava detido.
No mesmo dia, equipes do Garras estiveram em Caracol, cidade distante 384 quilômetros da Capital, na casa de Oscarzinho, onde cumpriam mandado de busca e apreensão e também na tentativa de cumprir o mandado de prisão preventiva contra ele. No local, foram encontrados dois revólveres que seriam de Betão.
No dia 2 de outubro, Oscar acabou preso durante uma fiscalização eleitoral da Polícia Federal ao ser flagrado com um revólver Magnum calibre 22, enquanto trabalhava com um político de Caracol. Na época, ele afirmou para a polícia ter comprado a arma por R$ 800 para se defender, já que estava recebendo ameaças por conta do duplo homicídio.
O flagrante foi transformado em prisão preventiva e Oscarzinho ficou detido aproximadamente 2 meses até conseguir um habeas corpus. No dia 30 de janeiro de 2017, voltou a ter a prisão preventiva decretada por descumprimento de medida cautelar. Desde de então, segundo a justiça, o suspeito estaria foragido e morando no Paraguai.
Em março de 2017, foi divulgada nas redes sociais uma foto de Oscarzinho, dizendo que ele estava desaparecido e que tinha sido visto pela última vez no Shopping China, no dia 5, por volta das 16 horas. Na época, a polícia paraguaia chegou a relatar a hipótese de que ele teria sido assassinado, como uma forma de queima de arquivo por conta da autoria do homicídio de Betão e Celin.
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