Em 15 de setembro deste ano, Wantuir Sonchini da Silva, de 43 anos, ganhou liberdade condicional após cumprir mais de um ano de internação. Ele foi absolvido pela morte da ex-sogra, crime cometido no Natal de 2018, alegando problemas mentais. Assim, ficou internado até setembro, quando deixou de ser considerado perigoso.

A defesa de Wantuir entrou com pedido de liberdade condicional e ele passou por uma perícia de cessação de periculosidade. Com isso, foi emitido o laudo, apontando que havia possibilidade de retorno gradativo de Wantuir para a sociedade. No entanto, ele deveria cumprir uma internação em comunidade terapêutica por tempo indeterminado, com controle rigoroso do tratamento.

Isso porque caso fosse interrompido o tratamento ou ele voltasse a usar drogas, poderia novamente oferecer perigo para a sociedade. O (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) manifestou favorável para conceder a internação mediante uso de tornozeleira e a defesa concordou com a medida.

Foi então autorizada a internação e até mesmo sem o uso da tornozeleira eletrônica. Mesmo assim, Wantuir deveria comparecer a cada dois meses em juízo e depois de um ano passaria por nova perícia. Por não ser considerado mais perigoso, ele acabou conseguindo a liberdade condicional após ficar internado no IPCG (Instituto Penal de ) por 1 ano e 7 meses.

Reaproximação e feminicídio

Logo que deixou o IPCG, Wantuir teria se encontrado com a ex mulher, Fabiana Lopes dos Santos, de 37 anos, com quem tinha dois filhos. O ex-casal teve dois encontros, mas depois a vítima se arrependeu e mandou mensagem para o acusado, dizendo que não queria retomar o relacionamento.

Foi então que Wantuir voltou a fazer ameaças para a vítima, dizendo que a mataria e que também procuraria a polícia, para dizer que ela tinha sido a mandante da morte da mãe em 2018. Fabiana procurou a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) e solicitou medidas protetivas.

Encontrado morto após assassinar a ex, Wantuir ganhou liberdade por não ser considerado perigoso
Local onde Wantuir foi encontrado (Divulgação)

Foi na última sexta-feira (4) que os dois foram vistos juntos na região do . Eles foram vistos de motocicleta e depois testemunhas ouviram gritos. Fabiana foi encontrada na rua, com 19 facadas pelo corpo. Desde então Wantuir era considerado foragido.

Na noite de terça-feira (8), quatro dias após o crime, ele foi encontrado morto nas margens da BR-262, na região de Ribas do Rio Pardo, a 95 quilômetros de Campo Grande. O caso foi registrado pela polícia como suicídio.

Feminicídio no Natal de 2018

Naquele dia 24 de dezembro a filha de Wantuir teria pedido para falar com o pai e a mãe emprestou o celular para ela mandar WhatsApp. Após a conversa, Wantuir foi até a casa da ex-sogra Alzai Bernardo Lopes, 58 anos, porque achou que a filha dele estaria lá. Segundo ele, ele invadiu a residência pulando o muro porque sabia que a mulher não o deixaria entrar na casa.

Já na residência, Wantuir e Alzai teriam discutido. Ao júri, ele falou que a mulher disse para ele que ele não veria a filha nunca mais, quando ele a agrediu. Ele ainda alegou que não sabia que tinha matado a ex-sogra e que fugiu da casa após asfixiar a vítima e achar que ela tinha desmaiado.

No entanto, na época a polícia trabalhava com a possibilidade de o crime ter sido premeditado. Isso, por conta das ameaças já feitas pelo agressor. Pela ameaça qualificada por , Wantuir cumpriu pena de dois meses e 20 dias. Ele passou por julgamento por conta do , mas foi absolvido, considerado inimputável por alegar problemas mentais.