Dupla presa com R$ 1,5 milhão ao tentar entrar na Bolívia tem liberdade negada

Juíza substituta da 5ª Vara Federal de Campo Grande apontou risco para investigações sobre origem do dinheiro caso suspeitos fossem soltos.

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Foto: de arquivo

A juíza federal Marcela Ascer Rossi, substituta da 5ª Vara Federal de Campo Grande, negou pedido de revogação das prisões preventivas de Diego Herbas Agudo e Raul Mauricio Espinoza Gandarilla, presos em flagrante em Corumbá –a 419 km de Campo Grande– quando tentavam chegar à Bolívia levando mais de R$ 1,5 milhão.

A dupla fez uma série de considerações, que foram desde os bons antecedentes até a prestação de informações às autoridades policiais. Contudo, o MPF (Ministério Público Federal) foi contra o pedido, alegando que as circunstâncias da prisão se mantiveram até o momento.

Além disso, a Procuradoria apontou que as versões apresentadas pelos dois no ato de prisão foram contraditórias, sugerindo que eles “escondem informações relevantes”. Eles também não teriam declarado exercício de atividade lícita que justificasse o transporte da quantia apreendida, ao mesmo tempo em que fizeram viagens em curto período de tempo de grandes centros do Brasil –Rio de Janeiro e São Paulo– até a fronteira Brasil-Bolívia.

O MPF também destacou não ser “crível” que uma quantia elevada seria dada a estranhos, “o que permite presumir que tinham conhecimento da conduta ilícita que estavam praticando, bem como agindo no intuito de proteger outros integrantes do grupo criminoso”.

Raul informou não ter profissão e renda e ter entrado clandestinamente no Brasil, ao passo que Diego relatou ser mecânico de motos. Ambos foram flagrados com R$ 1.556.910 que levavam para a Bolívia sem informar as autoridades aduaneiras e fiscais, mas não conseguiram atravessar a fronteira por conta de protesto de manifestantes bolivianos –ao voltarem para Corumbá, foram flagrados pela Receita Federal.

A juíza concordou com a tese de que a dupla não trabalhava sozinha, mas sim a mando de terceiros que podem ser identificados com mais investigações. Desta forma, a soltura dos investigados poderia prejudicar os trabalhos policiais, considerou a magistrada, frisando a possibilidade de atravessarem as fronteiras secas do Estado.

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