Negada liberdade por coronavírus para cafetina que matou ex-servidor da Sefaz

A defesa de Fernanda Aparecida da Silva Sylvério, 28 anos, acusada de matar o ex-superintendente da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda), Daniel Nantes Abuchain, pediu a substituição da sua prisão por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e prisão domiciliar alegando a pandemia do coronavírus (Covid-19), e por estar encarcerada desde novembro […]

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A defesa de Fernanda Aparecida da Silva Sylvério, 28 anos, acusada de matar o ex-superintendente da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda), Daniel Nantes Abuchain, pediu a substituição da sua prisão por medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e prisão domiciliar alegando a pandemia do coronavírus (Covid-19), e por estar encarcerada desde novembro de 2018.

O pedido foi negado pelo juiz de direito Carlos Alberto Garcete, na última segunda-feira (13). Em sua decisão, o magistrado afirma que Fernanda não faz parte do grupo de risco, já que tem 29 anos e nenhuma prova de doença grave respondendo ao pedido feiro pela defesa alegando o coronavírus.

Ainda na peça, o juiz afirma que o caso de grande gravidade pede pela manutenção da sua prisão preventiva para garantir a ordem pública e não gerar insegurança social e temor a população. O magistrado ainda termina afirmando que nada de novo foi trazido para que seja analisado o pedido de liberdade.

Fernanda iria passar por julgamento em agosto de 2019, mas teve o júri cancelado sem data provável marcada. Segundo a defesa de Fernanda não há indícios suficientes que comprovem que ela teria assassinado Daniel, já que existe a possibilidade de que uma terceira pessoa estaria no quarto do motel no dia do crime, 18 de novembro de 2018. Fernanda foi presa no dia 20 de novembro. Ao ser interrogada em juízo, ela negou as acusações, imputando o crime a uma terceira pessoa que teria obrigado ela atrair a vítima para o motel.

Para a acusação, Fernanda agiu por motivo torpe, para se vingar da vítima que teria assediado a convivente dela e também porque Daniel teria assediado outras ex-namoradas da cafetina. Ainda conforme a acusação, ela usou de dissimulação, pois teria convidado a vítima para fazer sexo e, de posse de uma faca escondida, desferiu os golpes.

Relembre o crime

O crime aconteceu em Campo Grande, no dia 18 de novembro de 2018. Conforme relatos de funcionários do motel, localizado no bairro Noroeste, em Campo Grande, Fernanda chegou ao local conduzindo o veículo Pajero, acompanhada por Daniel, no banco do passageiro. “Ela estava nervosa e ele parecia estar tranquilo”, informaram.

A mulher seguiu para o quarto, mas demorou menos de 30 minutos para pedir a conta. Ao ver que Fernanda saiu, a recepcionista afirmou que ligou para a camareira e questionou se estava tudo bem, já que não viu Daniel no banco do passageiro. A camareira relatou que o quarto estava cheirando sangue e que Fernanda pagou com três notas de R$ 50 com algumas manchas de sangue.

O corpo de Daniel foi localizado em meio a um matagal próximo a Uniderp Agrárias, enrolado em uma toalha, com a pele muito branca e pés enrugados. O carro foi localizado em Bonito e Fernanda foi presa no dia 20 de novembro após ser expedido mandado de prisão contra ela.

A Polícia Civil trabalhou com apoio de imagens de câmeras de segurança, em momentos que mostram Fernanda na casa de Daniel e depois os dois saindo na Pajero, sentido ao motel, onde aconteceu o crime. Também foram localizadas mensagens trocadas por eles via WhatsApp.

A polícia afirma que Fernanda entra em contradição muitas vezes em relação ao crime. Primeiro, afirmando que matou ele sozinha no carro por ser assediada por Daniel várias vezes. Depois, a mulher diz que estava sendo ameaçada por um homem e foi forçada a cometer o crime. Na época dos fatos, a polícia informou que Fernanda não teria força suficiente para matar Daniel, que pesava 80 quilos e carregá-lo até o porta-malas, cogitando a possibilidade de um comparsa.

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