Na manhã desta sexta-feira (11), em coletiva de imprensa, a delegada Anne Karine Trevisan na (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) falou sobre o feminicídio de Fabiana Lopes dos Santos, de 37 anos. O autor do crime e ex-marido, Wantuir Sonchini da Silva, de 43 anos, teria dito que se entregaria à polícia antes de ser encontrado morto.

Segundo relatado pela delegada, após a Polícia Civil identificar que Wantuir era o autor do crime e pedir a prisão preventiva, ele teria sinalizado que se entregaria em Ribas do Rio Pardo. Mesmo assim, equipe da Deam foi até o município, que fica a 95 quilômetros de , mas ele não foi encontrado.

Logo após, Wantuir foi encontrado morto nas margens da BR-262, naquele município, no dia 8 de dezembro, quatro dias depois do crime. Também conforme a delegada, tudo teria acontecido após Fabiana pedir nova contra o ex. A família de Wantuir foi avisada e o comunicou que não poderia se reaproximar de Fabiana.

No entanto, assim que os pais de Wantuir saíram de casa no dia 4 de dezembro, ele também saiu. Armado com uma faca, ele obrigou Fabiana a seguir com ele até o Parque do Lageado, onde ele a matou com 19 facadas.

Liberdade

Antes de ser encontrado morto, assassino da ex-mulher sinalizou que se apresentaria à polícia
Wantuir durante julgamento em 2019 (Arquivo, Midiamax)

Em 15 de setembro deste ano, Wantuir ganhou liberdade condicional após cumprir mais de um ano de internação. Ele foi absolvido pela morte da ex-sogra, crime cometido no Natal de 2018, alegando problemas mentais. Assim, ficou internado até setembro, quando deixou de ser considerado perigoso.

A defesa de Wantuir entrou com pedido de liberdade condicional e ele passou por uma perícia de cessação de periculosidade. Com isso, foi emitido o laudo, apontando que havia possibilidade de retorno gradativo de Wantuir para a sociedade. No entanto, ele deveria cumprir uma internação em comunidade terapêutica por tempo indeterminado, com controle rigoroso do tratamento.

Isso porque caso fosse interrompido o tratamento ou ele voltasse a usar drogas, poderia novamente oferecer perigo para a sociedade. O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) manifestou favorável para conceder a internação mediante uso de tornozeleira e a defesa concordou com a medida.

Foi então autorizada a internação e até mesmo sem o uso da tornozeleira eletrônica. Mesmo assim, Wantuir deveria comparecer a cada dois meses em juízo e depois de um ano passaria por nova perícia. Por não ser considerado mais perigoso, ele acabou conseguindo a liberdade condicional após ficar internado no (Instituto Penal de Campo Grande) por 1 ano e 7 meses.