Na 1ª audiência, defesa diz que PM agiu em legítima defesa após morte de adolescente em chácara
Após um ano e oito meses, seis testemunhas de acusação foram ouvidas sobre a morte de Luiz da Silva Souza Junior, de 17 anos, na Chácara República, localizada na rua da Divisão, em Campo Grande. O acusado pelo crime é o policial militar Gesus Fernandes de Oliveira. A defesa afirma que o policial não atuava […]
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Após um ano e oito meses, seis testemunhas de acusação foram ouvidas sobre a morte de Luiz da Silva Souza Junior, de 17 anos, na Chácara República, localizada na rua da Divisão, em Campo Grande. O acusado pelo crime é o policial militar Gesus Fernandes de Oliveira.
A defesa afirma que o policial não atuava como segurança do local, mas sim, teria ido curtir o evento. A acusação contesta, já que testemunhas afirmam que no dia do crime, Gesus teria revistado a vítima antes de entrar na chácara. “Ele era segurança, tanto que revistou o Juninho e o pessoal disse que ele estava sendo agressivo”, afirmou um amigo da vítima.
No dia do crime, testemunhas afirmam que após uma confusão, ouviram um disparo dentro da casa de show e um do lado de fora, quando encontraram o corpo de Juninho caído no chão. As testemunhas afirmam que Luiz não estava armado, como alega a defesa do policial. “Ele agiu em legítima defesa quando viu o adolescente armado”, diz o advogado Amilton Ferreira de Almeida.
A irmã da vítima, Yndrid Luíza atesta que Juninho não tinha o costume de andar armado e que saiu escondido no dia do crime. “Minha mãe não deixava ele sair muito, então ele saiu escondido nesse dia”, conta. “Só lembro quando os amigos dele bateram na nossa porta dizendo que meu irmão foi baleado”, fala a irmã.
Além dos amigos de Juninho, um policial militar que atendeu a ocorrência, também prestou depoimento. Todas as testemunhas lembraram poucos detalhes do dia, mas contam que o adolescente foi baleado na nuca e depois, Gesus teria saído do local em um carro preto.
A juiz Carlos Alberto Garcete questionou sobre uma página no Facebook, na qual associava a vítima a uma arma de fogo, o que foi negado pela irmã. “Procuramos as publicações, mas não encontramos nada, ele não postava esse tipo de coisa, sempre foi um menino trabalhador, gostava de sair, mas nunca andou armado”, atenta Yndrid.
A próxima audiência acontece no dia 1º de abril, onde devem ser ouvidas as testemunhas de defesa e o acusado, Gesus Fernandes.
O caso
O adolescente foi morto após uma confusão dentro da Chácara República, na madrugada do dia 10 de junho de 2017. A Polícia Civil foi acionada e no local obteve informações de que o primeiro disparo ocorreu dentro do local. Na tentativa de espalhar a multidão, o segurança teria atirado para o alto, mas a ação provocou mais tumulto no local.
Uma testemunha de 17 anos disse à polícia que os participantes da festa passaram a correr em direção à saída, momento em que policial fez o segundo disparo, desta vez em direção ao público.
Luiz Júnior foi atingido no pescoço e morreu no local. O projétil foi localizado embaixo do corpo. Júnior era o caçula de três irmãos e não portava documentos no momento do fato.
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