Evento trazido pela Fiems para Campo Grande deu nome à Operação da Federal

A Operação Fantoche, deflagrada nesta terça-feira (19) pela Polícia Federal em Mato Grosso do Sul e outros cinco estados, recebeu este nome por conta de um dos festivais realizados pelo Sesi (Serviço Social da Indústria), o Bonecos do Mundo, trazido para Campo Grande pela Fiems (Federação das Indústrias de MS) em 2013. O evento foi […]

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A Operação Fantoche, deflagrada nesta terça-feira (19) pela Polícia Federal em Mato Grosso do Sul e outros cinco estados, recebeu este nome por conta de um dos festivais realizados pelo Sesi (Serviço Social da Indústria), o Bonecos do Mundo, trazido para Campo Grande pela Fiems (Federação das Indústrias de MS) em 2013.

O evento foi trazido pelo órgão comandado por Sérgio Longen para comemorar os 114 anos de Campo Grande com apresentações teatrais entre os dias 24 e 25 de agosto no Parque das Nações Indígenas. O espetáculo foi idealizado por Lina Rosa Gomes, um dos alvos de prisão da Operação Fantoche.

“A investigação começou há alguns anos, a partir de uma empresa que estava recebendo grande parte de recursos para eventos culturais. Percebeu-se que esses valores estavam superfaturados e que foram criadas empresas de fachada. Conseguimos identificar também que o dinheiro não era destinado totalmente a essas produções culturais”, afirmou o delegado Renato Madsen, da Polícia Federal, em coletiva realizada no Pernambuco.

A investigação aponta que um grupo de empresas, sob o controle de uma mesma família, vem executando contratos, desde 2002, por meio de convênios tanto com o ministério, quanto com as entidades. Eles já receberam mais de R$ 400 milhões.

O Instituto Origami, Aliança Comunicação e Cultura, Idea Locação de Estruturas e Iluminação, Somar Intermediação e Negócios e Ateliê Produções Artísticas estariam criando empresas de fachada, segundo a Polícia Federal, para dificultar o suposto superfaturamento e desvio de recursos pelo TCU (Tribunal de Contas da União).

“Queremos investigar até que ponto esse esquema partiu do sistema S daqui e reverberou em outros estados”, afirmou o delegado.

Operação Fantoche

Foram cumpridos 40 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Pernambuco, São Paulo, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Alagoas, além de 10 mandados de prisão temporária. Segundo a PF, são investigadas a prática de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.

Os contratos eram, em sua maioria, voltados à execução de eventos culturais e de publicidade superfaturados e com inexecução parcial, sendo os recursos posteriormente desviados em favor do núcleo empresarial por intermédio de empresas de fachada.

A ação tem o apoio do Tribunal de Contas da União e conta com 213 agentes federais e 8 auditores do TCU.

Confira a lista com os dez mandados de prisão autorizados pela Justiça Federal:

  • Robson Braga de Andrade – presidente da CNI
  • Luiz Otávio Gomes Vieira da Silva – empresário e um dos donos da Aliança Comunicação. Ele já havia sido preso pela PF em 2013, na Operação Esopo
  • Ricardo Essinger – presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe)
  • Francisco de Assis Benevides Gadelha – conhecido como Buega Gadelha, é presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep-PB). A Fiep-PB afirmou que Buega cumpre agenda em Brasília (DF)
  • José Carlos Lyra de Andrade – presidente da Federação das Indústrias de Alagoas (FIEA)
  • Lina Rosa Gomes Vieira da Silva – empresária e publicitária, ligada à Aliança Comunicação
  • Hebron Costa Cruz de Oliveira – advogado e presidente do Instituto Origami
  • Jorge Tavares Pimentel Junior – empresário sócio da empresa Neves e Silva Produção
  • Júlio Ricardo Rodrigues Neves – empresário, sócio da Idea Locação de Estruturas e Iluminação
  • Luiz Antônio Gomes Vieira da Silva – ligado à Aliança Comunicação

(Com Thatiana Melo)

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