Durante seu julgamento, na manhã desta quinta-feira (2), em , o ex-PM Samuel Araújo Lima, acusado da morte do pedreiro Wilson Meaurio, de 41 anos, em janeiro de 2012 depois de uma briga de trânsito afirmou que atirou para se defender.

“Quando atirei estava lutando pela minha vida”, falou Samuel em depoimento. No dia do crime, ele contou que estava indo na casa da noiva, quando fez uma manobra em cima da calçada e os familiares do pedreiro que comemoravam a passagem do ano teriam se incomodado. Samuel afirmou que não teria tentado atropelar ninguém.

O grupo teria partido para a sua direção e quando ele saiu do carro foi agredido com várias pauladas na cabeça e corpo. O ex-PM, então, conseguiu correr e ligar para a casa de sua mãe, sendo que a irmã – na época escrivã da Polícia Civil – atendeu e ele pediu por socorro e para levar a arma dele até o local, que estavam querendo assassiná-lo.

A irmã pegou a arma de Samuel e colocou na bolsa e saiu com a sua arma em mãos. Ao chegar ao local viu uma aglomeração de pessoas em volta do carro e achou que Samuel estivesse ou muito ferido ou morto dentro do veículo. Ela, então, fez dois disparos para o alto para dispersar as pessoas se identificando como policial.

Neste momento, Samuel chegou por trás e tomou a arma da irmã – que agora é delegada – de suas mãos e entrou na casa dos supostos agressores. Segundo ele, Wilson teria saído de dentro da residência com algum objeto nas mãos, e por isso, fez os disparos. Ele disse que não tinha a intenção de matar, mas queria prender seus agressores. “Agi em legítima defesa”, afirmou Samuel que ainda afirmou que quando era espancado, um dos agressores teria dito “Vai lá pega uma arma, vamos matar este policial safado”. Samuel não soube dizer quem seria esta pessoa.

Na época do crime, a família estava na calçada em frente à residência, no bairro Pioneira, comemorando o réveillon quando Samuel quase atropelou um sobrinho e a cunhada do pedreiro. Houve discussão e o ex-militar teria sido agredido por quem estava no local. Ele fugiu e teria ligado para a irmã, que na época era escrivã da Polícia Civil na Capital. Hoje, ela é delegada de polícia em Campo Grande. A mulher, então, teria levado uma arma para o militar que fez os disparos matando o pedreiro Wilson e ferindo o sobrinho dele Matheus.

Na época, Sueli Araújo Lima pagou fiança no valor de três salários mínimos, ou seja, R$ 1.866,00 e foi liberada. Samuel foi expulso da corporação e vai responder pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe e a delegada irá responder pelo crime do artigo 15 da Lei 10.826, que dispõe sobre disparo em via pública.