Fazendeiro de MS herdou rotas de narcotráfico do PCC após morte do sogro
Preso em casa nesta quarta-feira (4), em São José do Rio Preto (SP), o empresário Rubens de Almeida Salles Netto herdou o comando do tráfico internacional de drogas do sogro. Rubens tem fazendas e empresas em Mato Grosso do Sul, por onde passava a cocaína trazida da Bolívia e levada até o porto de Santos […]
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Preso em casa nesta quarta-feira (4), em São José do Rio Preto (SP), o empresário Rubens de Almeida Salles Netto herdou o comando do tráfico internacional de drogas do sogro. Rubens tem fazendas e empresas em Mato Grosso do Sul, por onde passava a cocaína trazida da Bolívia e levada até o porto de Santos (SP), onde embarcava rumo à Europa.
Conforme o delegado da Polícia Federal, Fabrizio Galli, Rubens se apresentava como empresário em Mato Grosso do Sul e aqui tinha fazendas, possivelmente utilizadas para o tráfico de drogas. O empresário assumiu o tráfico internacional de drogas após a morte do sogro, que já tinha sido preso em 2010 na Operação Deserto e faleceu anos depois.
A princípio o empresário teria ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital), conforme afirmado pela Polícia Federal. Como a produção e venda de cocaína originária da Bolívia é comandada pela facção, bem como o porto de Santos (SP), o nome de Rubens foi prontamente ligado à facção criminosa.
A Operação Voo Baixo teve início em 2018, quando a FAB (Força Aérea Brasileira) abateu uma aeronave que tinha acabado de cruzar a fronteira entre Bolívia e Mato Grosso do Sul. Na ocasião meia tonelada de cocaína foi apreendida e desde então, 2,6 toneladas já foram apreendidas pela Polícia Federal nas investigações.
A partir da apreensão de documentos, a PF chegou ao nome de Rubens, por meio de manuscritos. É investigado se a organização criminosa também lavava dinheiro, já que a maioria tinha empresas de fachada, para justificarem ganhos do tráfico de drogas. Ao todo foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão e 22 pessoas já foram presas nas investigações, sendo 11 detidas em flagrante nesta quarta-feira.
Modus operandi
Rubens era responsável pela tratativa com os traficantes bolivianos. Ele negociava a compra da droga e se encarregava de atravessar o entorpecente pelo país, chegando ao porto de Santos e de lá partindo para a Europa. Segundo o delegado Fabrizio Galli, no Brasil o valor da cocaína aumenta 300% e na Europa pode ter valor 5.000% maior.
A polícia de Mato Grosso do Sul trata o quilo da cocaína pura com valor estimado em R$ 25 mil, o que resulta em mais de R$ 1 milhão por quilo na Europa. Conforme a Polícia Federal, toda a cocaína saía da Bolívia em pequenos aviões particulares, pousando em pistas clandestinas em propriedades rurais de Mato Grosso do Sul.
A droga era armazenada em galpões e levada via meio terrestre, carros ou caminhões, até o interior de São Paulo. De lá, era levada para Santos (SP), de onde embarcava para o exterior. Foi apurado que a organização criminosa movimentava mais de 1,5 tonelada de cocaína por mês, o que poderia resultar em mais de R$ 1 bilhão em lucro ao PCC.
Operação Voo Baixo
O nome da operação faz alusão ao modo como os aviões de pequeno porte voam, para não serem identificados ou constarem nos radares da FAB. Em Mato Grosso do Sul foram cumpridos três mandados em Coxim e dois em Três Lagoas. Também foram feitas ações em cidades de São Paulo, Bahia e Santa Catarina e a Polícia Federal já apreendeu 15 aeronaves e solicitou o sequestro de imóveis, entre os quais estão três fazendas.
Segundo a Polícia Federal, entre os presos estão empresários e também pilotos. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
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