A prisão de Edmur Guimara Bernardes de 77 anos e Idevan Silva de Oliveira nesta manhã (27) aconteceu após divergências nos depoimentos deles à polícia. Edmur é piloto de avião e Idevan funcionário do aeroporto de , município a 407 quilômetros de Campo Grande.

Segundo a Polícia Civil, controvérsias nos depoimentos de Edmur e Idevan sobre o suposto sequestro do piloto e da aeronave de matricula PR NAL acabaram resultando na prisão temporária da dupla. Eles devem prestar esclarecimento até que a polícia consiga identificar como o crime aconteceu.

Suposto sequestro

Conforme a Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), comandada pela delegada titular Ana Cláudia Medina, a informação inicial é de que por volta das 6 horas do dia 18 Edmur foi sequestrado com a aeronave, enquanto Idevan foi mantido refém no aeroporto, amarrado por fios.

O que causou surpresa foi que, na noite do dia 19, Edmur pousou com a aeronave em Cáceres (MT), alegando que teria conseguido fugir durante descuido dos sequestradores. Na segunda-feira (24) a equipe da Deco foi até Paranaíba, onde ouviu depoimento dos envolvidos e fez a reprodução simulada do suposto sequestro.

Depoimentos

Edmur relatou à Deco que foi sequestrado quando estava em casa, no início da manhã do dia 18. Ele foi rendido pelos criminosos e levado no próprio carro até o aeroporto, onde ultrapassou todas as medidas de segurança do hangar onde estava a aeronave. Ele ainda disse que Idevan ficou amarrado por fios de mouse até a decolagem da aeronave.

O piloto também afirmou que foi obrigado a comandar a aeronave, conduzindo até uma fazenda em Concepción, no Paraguai, onde eles dormiram. Segundo Edmur, uma liderança do PCC (Primeiro Comando da Capital) aguardava para usar o avião e ir até a Bolívia. De lá, o piloto conseguiu fugir, conforme contou no depoimento.

Já Idevan disse que foi surpreendido enquanto estava sentado em uma cadeira na recepção do aeroporto, mexendo no celular. Contou também que foi rendido e levado até um quartinho, onde foi trancado e teve mãos e pés amarrados.

Durante a reprodução simulada, os policiais e peritos fizeram perguntas aos suspeitos, que apresentaram controvérsias, comparando também com o que declararam aos jornais e à Polícia Federal. A delegada representou pela prisão temporária dos dois envolvidos.