O titular da Sesdes (Secretaria Municipal de Segurança), Valério Azambuja, convocou imprensa na manhã desta segunda-feira (4) para dar versão da Polícia Municipal sobre os últimos acontecimentos envolvendo a prisão de um sargento da Polícia Militar e de um servidor da antiga Guarda Municipal, hoje Polícia Municipal.

“Há muito existe brigas e ameaças nos grupos de WhatsApp. Infelizmente existem alguns policiais militares, como esse coronel, que não aceitam a mudança da nomenclatura”, disse Valério.

O coronel citado pelo secretário é o oficial que efetuou a prisão de um Policial Municipal, que teria agredido e liberado adolescentes suspeitos de furtar algumas bicicletas, incluindo uma do filho do policial militar de alta patente.

Azambuja explicou que os agentes abordaram os adolescentes em um horário em que a Derf(Delegacia Especializada em Roubos e Furtos) já estaria fechada para atendimento, e, por isso, as bicicletas estariam ‘guardadas’ na base da Polícia Municipal, até que pudessem ser encaminhadas à delegacia nesta segunda-feira.

“Não tinha nenhum , nenhum flagrante. Ele (o coronel) invadiu (a Base da Polícia Municipal) apenas para fazer cumprimento de uma ameaça (contra o policial municipal) que acabou preso. As bicicletas seriam levadas na segunda para a Derf”, argumentou Valério.

O titular da Sesdes afirmou que o oficial da PM fez uma ‘investigação própria’ do furto da bicicleta entrando inclusive, segundo ele, em uma área de atuação de um batalhão distinto do seu. “Mesma coisa que eu, secretário de segurança, invadir um quartel atrás da bicicleta que seria do meu filho”, disparou.

Segundo um boletim de ocorrência de preservação de direitos realizado pela defesa do guarda preso e apresentado pouco antes da coletiva pela Polícia Municipal, o policial municipal estava em casa quando teria sido chamado pelo coronel na base, onde estavam as duas bicicletas apreendidas.

O guarda, de 30 anos, teria sido revistado pelo coronel, que chegou sem farda, mas com o apoio de duas viaturas da Polícia Militar por volta das 22h do domingo. “É uma situação de abuso de poder. Tanto que o policial municipal foi conduzido pelo coronel para a delegacia e apenas foi lavrado um termo circunstanciado. Nós vamos recorrer na Justiça para retirar esse termo, porque o nosso colega não fez nada de errado”, disse o presidente do Sindicato dos Policiais Municipais de , Hudson Bonfim.

Prisão de sargento

Valério Azambuja defendeu a atuação dos Policiais Municipais que prenderam um sargento da Polícia Militar na última sexta-feira (1). O secretário afirmou que os envolvidos fizeram todas as tentativas para identificar o militar, que, destacou, teria se negado a se apresentar como sargento reformado.

“Está totalmente correta a ação da Polícia Municipal, nesse caso. Foi constado um flagrante delito, que os servidores foram atrás do cidadão que fez ameaça”, disse Valério. Ele alegou que existe a gravação de uma ligação dos servidores municipais para o 190, comunicando da prisão do sargento, que, revelou ainda, teria ameaçado uma enfermeira do município.Confusão entre PMs: chefe da Municipal acusa militares de não aceitarem mudança de nome

Criminalidade

“Todo mundo sabe que o governador é muito próximo ao prefeito municipal, inclusive o prefeito ajudou o governador a se reeleger, então não tem sentido essa entre as forças policiais”, disse o secretário.

Azambuja prometeu acionar o MP-MS (Ministério Público Estadual) para apurar a conduta do Coronel da PM, e, ainda, instaurar um procedimento interno na Seges para investigar o ocorrido envolvendo seus servidores.