Um áudio interceptado por policiais da Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado) flagrou um integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) cobrando de internos na Máxima uma lista com nomes da diretoria do presídio e também de agentes penitenciários.

No áudio é possível ouvir quando um dos integrantes fala: “Daniel eu preciso do levantamento do nome, diretores e agentes. Ai da Máxima a gente quer o do Mohamed. Tá ligado, monta um serviço de inteligência com o Dentinho”.

‘Dentinho’ seria o responsável por batizar os agentes penitenciários que ajudariam a facção criminosa em informações. O esquema de Laudemir foi descoberto depois de interceptações telefônicas.

Em 25 de novembro de 2017, um integrante do PCC, identificado como ‘J’, fala sobre excluir dois ‘irmãos’ da facção em Londrina, no Paraná. Pois novos dois integrantes, que seriam agentes penitenciários de lá, iriam ser ‘batizados’ na facção.

Em outro trecho do áudio o integrante da facção diz: “Entra no Facebook, vamos pesquisar, nós precisa* saber os nomes completos”, termina.

Um organograma de como foi montado a central de inteligência do PCC foi descoberto pela polícia. Nele havia as subdivisões, em que cada membro era responsável por uma tarefa dentro da facção, de trazer e identificar os agentes penitenciários.

ÁUDIO: Polícia flagrou chefe do PCC cobrando detalhes sobre diretores e agentes da Agepen
Membros tinham a função de identificar os agentes penitenciários para plano de execução

‘Operação Impetus’

A Operação Impetus, chefiada pelos policiais da Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), cumpre mandados na Máxima, em , e no Presídio de Dourados. Os indícios são de que o PCC mantinha organizado um grupo especializado em investigar servidores da segurança pública. Os alvos eram ‘fichados’ e há casos até de detetives particulares contratados pela facção para seguir agentes listando a rotina deles.

A ‘central de inteligência do PCC’ funciona de forma compartimentada e reservada dentro da própria facção. Presos com funções de liderança criminosa recrutaram internos integrantes do PCC nos regimes fechado, aberto e semiaberto. Alguns simpatizantes listados no chamado ‘Salve do Quadro’ tinham a missão de levantar dados pessoas e profissionais de servidores de segurança pública, bem como a localização.

A investigação começou há quatro meses, constatando a criação da central de inteligência da facção criminosa. Os presos encarregados pela inteligência do PCC usavam técnicas avançadas, como investigação social, com pesquisas aprofundadas em redes sociais, como Facebook, Instagram, Twitter, Snapchat, e também, fontes oficiais, entre elas, cadastros de dados publicados em páginas oficiais nos mais diversos órgãos públicos e inclusive, junto as publicações funcionais elencadas em diários oficiais, como dados funcionais, qualificação completa, escalas de serviço, remoções e até mesmo promoções funcionais.