O plano de falso sequestro do piloto Edmur Guimara Bernardes, de 77 anos, teria como pano de fundo o roubo de mais três aeronaves que custaria R$ 1 milhão de logística desenvolvida por membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) junto de Edmur.
Segundo a delegada da Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), Ana Cláudia Medina, as investigações paraguaias em conjunto com a investigação do lado brasileiro apontaram para o plano que estava sendo desenvolvido.
Perícias feitas nos telefones de Edmur e Idevan – o vigia do hangar – apontam para o envolvimento do piloto que teria forjado o sequestro. Várias versões dadas por Edmur sobre o crime, além de um retrato falado feito por ele infundado são algumas das provas, que o ligariam ao sequestro da aeronave. As investigações continuam, inclusive, com a tentativa de se identificar mais oito pessoas envolvidas no crime.
A defesa do piloto contesta e diz que em todos os depoimentos ele teria dado a mesma versão para os fatos. Edmur e Idevan foram colocados em liberdade, após o prazo da prisão temporária ter vencido. Eles saíram à meia noite deste domingo (7).
Falso sequestro
Edmur teria sido sequestrado no dia 18, em casa, e levado pelos suspeitos até o aeroporto de Paranaíba. Idevan relatou à polícia que os bandidos estavam armados e exigiram um determinado avião, que foi roubado e levado com o piloto, enquanto ele teria sido deixado amarrado.
Após mais de 30 horas o piloto foi encontrado em Cáceres, no Mato Grosso, e alegou que foi sequestrado e obrigado a seguir para a Bolívia e Paraguai, onde os supostos sequestradores resgatariam um membro do PCC. Ele ainda contou que fugiu com a aeronave em um descuido dos assaltantes.
Edmur já teve envolvimento em casos de tráfico de drogas e contrabando. Em um dos casos mais antigos, foi detido pela Polícia Federal em setembro de 2000. A prisão aconteceu após a PF apreender 138 quilos de cocaína em um hangar, em Paranaíba.
A droga pertencia a um pecuarista e seria transferida de um avião para o fundo falso de um caminhão. Na época, os suspeitos tentaram dizer que transportavam hormônios bovinos. Edmur era um dos responsáveis pelo descarregamento da droga em Paranaíba.