Sem provas, suspeito de ser dono de cemitério clandestino não vai a júri

Participação de Nando na morte de Daniel não ficou clara

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Participação de Nando na morte de Daniel não ficou clara

O juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida da 1ª Vara do Tribunal do Júri, determinou que Luiz Alves Martins Filho, o Nando,  e seu comparsa Claudinei Augusto Orneles Fernandes, não vão a júri popular pela morte de Daniel de Oliveira Barros, assassinado a tiros no dia 16 de maio de 2014. Para o magistrado não há  indícios suficientes da autoria dos dois na morte da vítima.

“Neste passo, importante registrar que não foi ouvida nenhuma testemunha ocular do teórico crime. Nenhuma das testemunhas ouvidas perante o juízo pôde afirmar com o
mínimo de segurança que os acusados teriam perpetrado o crime de homicídio narrado na denúncia, de sorte que não há concretude suficiente que permita a sustentação de uma
acusação perante o Tribunal do Júri”, destacou o magistrado na decisão proferida no dia 8 de janeiro.

Consta nos autos que no dia do crime os suspeitos teriam chamado a vítima para cometer um assalto, porém, já tinham a intenção de matá-lá. Os três teriam entrado em um carro e, em dado momento, Claudinei pediu para que Nando parasse o carro pois precisava urinar.

Neste momento, Daniel foi surpreendido e baleado com dois tiros. Ele tentou correr mas caiu em uma vala metros a frente, momento em que foi atingido por outros dois tiros dados por Nando. “Você não rouba mais ninguém, Daniel”, teria dito Nando ao fazer os disparos.

Segundo a denúncia, a morte teria acontecido porque os suspeitos tinham fama de justiceiros e e estariam castigando Daniel por ter roubado uma loja de aparelhos telefônicos.

No entendimento do juiz, além de não haver indícios que sustentassem a denúncia, até mesmo o Ministério Público Estadual, “que tem o ônus de provar as acusações, em sede de alegações finais, não apontou qualquer depoimento judicial que corroborasse suas asserções”.

“Em seus interrogatórios, os réus negaram que tenham concorrido, de qualquer modo, para a prática do crime ora em comento. Diante da falta de elementos suficientes de autoria, outro caminho não há do que a impronúncia dos acusados”, decidiu Garcete.

Investigação

A Polícia Civil iniciou as investigações em setembro de 2016, após a morte de ‘Leleco’, Leandro Aparecido Nunes Ferreira, de 28 anos, morto a tiros no dia 2 por dois rapazes que em uma motocicleta. Durante as investigações do homicídio, a polícia concluiu que a vítima tinha envolvimento com o grupo responsável por um esquema de exploração sexual e tráfico, há aproximadamente 3 anos.

Segundo a polícia, as vítimas tinham envolvimento com drogas e assim foram atraídas por Nando. Elas se prostituíam e faziam programas sexuais com o criminoso para receberem drogas como pagamento e sustentarem o vício.

Conhecido e temido no bairro, Nando passou quatro anos cometendo homicídios e explorando sexualmente as vítimas, sem ser denunciado. Segundo a polícia, ele enforcava ou estrangulava as vítimas porque não gostava de ver sangue e depois as enterrava de cabeça para baixo.Sem provas, suspeito de ser dono de cemitério clandestino não vai a júri

Em setembro foram presos ‘Nando’, o cabeça da quadrilha, Rudi Pereira da Silva, com quem ainda foram encontrados 70 galos utilizados em rinhas e Diego Vieira Martins, que é sobrinho de ‘Nando’. Os três ainda têm envolvimento no tráfico de drogas.

Além dos três foram presos Jeová Ferreira Lima e Jeová Ferreira Lima Filho, Andreia Conceição Ferreira, Ariane de Souza Gonçalves, Talita Regina de Souza e Jean Marlon Dias Domingos.

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