Seguranças de show em que pedreiro foi morto dizem que ouviram dois tiros
Agente penitenciário atirou após discussão
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Agente penitenciário atirou após discussão
Duas testemunhas da morte do pedreiro Adilson Ferreira dos Santos, de 23 anos, afirmaram em depoimento durante a primeira audiência do caso que ouviram o barulho de dois tiros e não apenas um, assim como relataram outras testemunhas. Adilson foi morto pelo agente penitenciário federal Joseilton Cardoso, de 33 anos,após discussão em um show no estacionamento do Shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande, no dia 24 de setembro do ano passado.
Para o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, os dois seguranças que trabalhavam no evento disseram que o tempo entre um disparo e outro foi de aproximadamente 40 segundos. No entanto, declaração de outras testemunhas do crime contestam a versão e afirmam que apenas um tiro foi dado, justamente o que atingiu Adilson no peito, que provocou sua morte.
Na primeira audiência, que aconteceu no Fórum de Campo Grande na tarde desta segunda-feira (5), também foram ouvidos dois parentes da vítima e duas mulheres que testemunharam a briga que terminou na morte do pedreiro.
Em sua tese, a acusação tenta desconstruir a afirmação de que o agente penitenciário matou para se defender. “Vítima e autor brigaram, mas em dado momento o primo do Adilson o segurou, justamente neste momento houve o disparo. A agressão já tinha cessado e não hou outras pessoas agredindo o Joseilton. Além disso, ele é treinado e tinha noção que estava atirando pra matar”, explica a advogada Hericka Ratto.
Thiago Nascimento que também é assistente da acusação afirma que a ação do agente penitenciário foi desproporcional em relação a agressão sofrida. “O código Penal é claro ao dizer que legítima defesa é quando alguém utiliza moderadamente dos meios necessários para repelir injusta agressão. Quando o primo controlou o Adilson a agressão já tinha cessado, então, não há o que se falar em legítima defesa”, relata.
Por sua vez, o advogado José Roberto da Rosa, que faz a defesa do autor, diz que o cliente foi agredido por quatro rapazes e que exame de corpo de delito comprovaram as agressões. Para ele, isso é um dos fatores que sustentam a versão de que Joseilton matou para se defender. “Ele atirou no que oferecia maior risco e disparou quando teve a oportunidade. Temos testemunhas que comprovam isso”, afirmou.
Na próxima audiência, agendada para o dia 16 de abril, serão ouvidas as testemunhas de defesa e outras duas de acusação que não puderam ser ouvidas nesta segunda-feira. A expectativa é de que oa utor também seja ouvido neste dia.
Relembre o caso
O crime aconteceu após um show no estacionamento do Shopping Bosque do Ipês, no dia 24 de setembro de 2017, quando o agente se envolveu em uma briga por causa da fila do banheiro.
Em depoimento, o agente disse que estava na fila do banheiro após o fim do show quando houve um desentendimento com Adilson. Os dois teriam entrado em luta momento em que o agente efetuou um disparo que atingiu o tórax da vítima. Foi feita tentativa de reanimação, mas Adilson acabou morrendo no local.
O agente teria ido ao show para comemorar seu aniversário, “Ele chorou muito durante o depoimento e está chocado”, disse o delegado. Salomão ainda afirmou que o agente penitenciário não estaria embriagado e que o disparo segundo o depoimento do autor teria sido um ‘ato de memória muscular’.
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