Quadrilha envolvida em furtos de agências treinava bandidos com vídeo-aulas

Dois detentos do Presídio de Segurança Máxima eram os mandantes dos crimes

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Dois detentos do Presídio de Segurança Máxima eram os mandantes dos crimes

Quadrilha envolvida em furtos a bancos e tentativas de furtos a agências dos Correios em Mato Grosso do Sul, foi desarticulada na madrugada da última terça-feira e apresentada na manhã desta quinta-feira (22) pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros). As ordens vinham de dentro do presídio de segurança Máxima da Capital por dois presos que faziam “vídeo-aulas” ensinando como os bandidos deveriam agir no momento das ações.

Os mentores dos furtos, Cleber Nunes Pires, 39 anos, conhecido como “Arcanjo” e Melrisson da Silva, 31 anos, vulgo “Carinha”, estavam presos no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande. De lá eles coordenavam todas as ações nas ruas, faziam as instruções via vídeo aulas de como ingressar nos bancos e ordenavam as compras de ferramentas.

Também faziam parte da quadrilha, Wellington Felipe dos Santos Silva, 21 anos, vulgo “Piranha”, tem passagens por furto, homicídio e tráfico; Tiago Rodrigues da Silva, 35 anos, o “Sincero” estava evadido do sistema prisional; Yatewith Oliveira Farias, 20 anos, conhecido como “Yan”, com passagens por furto e roubo; Caíque Carlos Neves Braga, o “Lançamento” e Gilberto Costa Nascimento, o Gil, esses dois últimos ainda se encontram foragidos, são apontados como as pessoas que ingressavam nos bancos e agências dos Correios, eles também comprovam os materiais usados por eles.

Outras três mulheres também faziam parte da quadrilha: Janaina Andrade de Souza, 29 anos, a “Jade”, Jhecylli dos Santos Carvalho, vulgo “Lindinha”, 20 anos e Renata Alchanjo Rodrigues, 36 anos, que em 2016 foi candidata a vereadora de Jardim (MS). Elas eram responsáveis por guardar os materiais usados pelos bandidos e desligar a energia das agências para que os furtos fossem consumados.

De acordo com delegado João Paulo Sartori da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), de dentro dos presídios, Cleber e Melrisson faziam contatos com os bandidos aqui fora, eles também disponibilizavam aulas ensinando como deveriam entrar nas agências e como eles deveriam usar a esmerilhadeira para abrir os cofres. “Os mentores intelectuais (Cleber e Melrisson), forneciam, via vídeo, o passo a passo de como deveria entrar nas agências. A maioria das agências não chegaram a ser furtadas, foram só tentativas. É uma rede bastante elaborada que coordena as ações de dentro dos presídios”. Com a quadrilha também foram encontrados coletes de seguranças e armas que teriam sido furtadas.

 

 

Yan foi preso em abordagem da Polícia Militar, os outros durante cumprimento em mandados de prisões na madrugada de terça-feira.

Outros envolvimentos

Melrisson e Gilberto são integrantes da Quadrilha do Jetta Branco, que agia há cerca de dois anos, também em roubos e furtos de agências bancárias. Wellington, foi um dos seis brasileiros expulsos do Paraguai por ter vínculos com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e ao assalto à empresa de segurança privada quando foram roubados quase US$ 12 milhões.

A quadrilha é suspeita de ter envolvimento no furto da Agência Bancária do Banco do Brasil das Moreninhas, ocorrido no mês de fevereiro, onde eles levaram aproximadamente R$ 150 mil. Eles também são envolvidos nos furtos da agência dos Correios de Bataguassu, Sidrolândia, e da Avenida Eduardo Elias Zahran em Campo Grande, além do Sicred da Avenida das Bandeiras.

Durante a apresentação, Cleber confessou ser o mentor dos furtos e disse que as mulheres não tinham participam, elas eram apenas laranjas Ele contou que conheceu Renata por meio de um aplicativo de relacionamentos, onde se apresentou como empresário do ramo de construção civil e pediu para guardar ferramentas na casa dela. “Mandei uma mulher deixar as ferramentas na casa da Renata e disse que depois buscaria, as mulheres são apenas laranjas”, acrescentou.

Com os bandidos foram apreendidos ainda celulares com fotos que ostentavam quantias em dinheiro, cofres furtados, armas e ferramentas usadas para o crime.

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