Policial aposentado diz que filha e genro não sabiam de existência de armas em veículo usado para matar ‘Mascote’

Durante depoimento no Tribunal do Júri nesta quinta-feira (26), o policial civil aposentado, de 58 anos, pai de Michelle Queiroz, 31 anos, acusada de, junto com seu marido, Eduardo dos Santos Silva, 31 anos, matar Wesley Julião Barbosa de Almeida, o ‘Mascote’, de 18 anos, no dia 14 de janeiro de 2017, disse que começou […]

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Durante depoimento no Tribunal do Júri nesta quinta-feira (26), o policial civil aposentado, de 58 anos, pai de Michelle Queiroz, 31 anos, acusada de, junto com seu marido, Eduardo dos Santos Silva, 31 anos, matar Wesley Julião Barbosa de Almeida, o ‘Mascote’, de 18 anos, no dia 14 de janeiro de 2017, disse que começou a andar armado após sofrer um sequestro.

O policial aposentado, que na época foi preso em flagrante já que dentro de sua S10 usada para cometer o crime, foi encontrada uma carabina calibre 22, sem registro ou documentação necessária para posse da arma e também havia um revólver calibre 38 que estava com registro vencido, disse que começou a andar armado há uns dois meses antes do crime.

“Eu sofri um sequestro e desde então comecei a andar armado”, disse ele. Questionado pelo juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, sobre o uso da camionete pela filha e genro para cometer o crime, ele alegou que o veículo era usado pela família e negou que soubesse do crime. “A minha filha tinha o carro dela, mas as vezes ela usava o meu, era normal”.

O policial disse ainda que no dia do crime havia deixado as duas armas escondidas dentro do veículo, mas que nem sua filha e nem seu genro tinham conhecimento das armas dentro do veículo.

Ele contou que devido as ameaças de morte que o genro estava sofrendo, a filha começou a levá-lo e buscá-lo em carros e horários diferentes na Casa do Albergado. “Às vezes ela usava meu carro, em outras ia de Uber ou com o carro da cunhada dele (Eduardo)”.

Testemunhas

Três testemunhas foram arroladas ao processo e disseram que tinham conhecimento de que Eduardo tinha sofrido ameaças enquanto estava preso no Albergue de Campo Grande. Uma delas, um agente penitenciário, disse que internos comentavam que Eduardo estava sendo ameaçado de morte, fato que a cunhada do autor também confirmou durante depoimento, porém nenhum dos dois souberam dizer quem seria a pessoa que estava ameaçando.

Outra testemunha, um amigo de Eduardo, disse que chegou a ver quando a vítima, ‘Mascote’, chegou até o albergue e perguntou sobre Eduardo, ergueu a camisa e mostrou que estava armado e disse que aquilo (se referindo a arma) era para Eduardo.

Caso

Michelle Queiroz e o marido, Eduardo dos Santos Silva, ambos de 31 anos, são acusados de matar Wesley Julião Barbosa de Almeida, o ‘Mascote’, de 18 anos, no dia 14 de janeiro de 2017 e para cometer o crime, teriam usado o carro e a arma do pai da autora, um policial aposentado.

O crime aconteceu no Itamaracá, em Campo Grande. Wesley estava na frente da casa da mãe, quando o casal se aproximou em uma camionete e Eduardo atirou várias vezes. Eles estavam na S10 prata.

Na época, a delegada Maria Célia Bezerra informou que quando viram Wesley, que estava acompanhado da esposa e do filho de 2 anos, Eduardo desceu da camionete e atirou, enquanto a esposa o incentivava a continuar com os disparos. ‘Mascote’ ainda correu e entrou na casa da mãe, onde acabou morrendo.

Eduardo e Michelle procuraram a polícia e alegaram que, em dezembro de 2016, quando ‘Mascote’ foi preso com uma arma de fogo nas proximidades do Presídio Semiaberto, ele tinha intenção de matar Eduardo, que cumpria pena por tráfico de drogas. Após a prisão, ele foi posto em liberdade e teria continuado a rondar a Casa do Albergado.

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