A PF (Polícia Federal) de Mato Grosso do Sul deflagrou na manhã desta segunda-feira (25), em cinco estados brasileiros, uma operação para desmantelar uma quadrilha de tráfico internacional de drogas que atuava a partir da fronteira com o Paraguai e de lá distribuía drogas para vários estados brasileiros.

Segundo a PF, a quadrilha investigada atuava de forma assemelhada à máfia: os chefes da organização eram da mesma família e tinham estreita ligação com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC).

Além de vender drogas, o bando promovia a lavagem de dinheiro e usava até helicópteros para transportar joias e dinheiro usados para pagar os traficantes. Como pagamento, os narcotraficantes recebiam também carros de luxo e depósitos em contas registradas em nomes de laranjas. 

As investigações apontaram que grandes carregamentos de droga eram remetidos da fronteira para várias regiões do Brasil, geralmente escondidos em caminhões e carretas carregados com cargas aparentemente lícitas.

Durante as investigações iniciais, antes da operação desta segunda, a PF já havia apreendido 27 toneladas de maconha comercializadas pelo grupo.

Contas bancárias de ‘laranjas' com empresas de fachada eram usados para o recebimento de pagamento em dinheiro. Antes da deflagração da operação, a PF já havia conseguido apreender R$ 317 mil em dinheiro, R$ 81 mil em joias, 27 toneladas de maconha, duas pistolas, duas camionetes, 7 helicópteros, além de prender em flagrante seis membros da organização.

Assista à coletiva da Polícia Federal.

A operação

Cerca de 210 policiais federais cumprem 20 mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária, 35 de busca e apreensão, 136 de sequestro de veículos terrestres, 7 mandados de sequestros de aeronaves, 5 de embarcações de luxo e 25 de imóveis.

Os estados em que são cumpridos os mandados São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás e Rio Grande do Norte.

Como a máfia

Segundo a PF, os chefes da quadrilha tinham uma vida luxuosa. Como na máfia, eles impunham o temor e o silêncio na região em que atuavam, seja pela sua violência ou pelo poder que tinham.

A movimentação de drogas e dinheiro era tão alta que os narcotraficantes usavam helicópteros para transportar jóias e dinheiro usados como pagamento do bando, vindos de vários pontos do Brasil, receptores das grandes cargas de droga.

Entre os mandados expedidos pela Justiça Federal da 3ª Vara de /MS, estão os de sequestro de aeronaves (helicópteros), de cinco embarcações de luxo e 25 mandados de sequestro de imóveis (apartamentos, casas, sítios, imóveis comerciais).

PF-MS desmantela quadrilha de tráfico internacional que atuava como a máfia na fronteira