Operação conjunta aborda mais de 300 nas ruas em uma noite
Policiais Militares se juntaram aos Civis, Guardas Municipais e Agentes da Semadur
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Sirenes ligadas, tensão no ar, carros e motos a caminho de mais uma operação policial. O objetivo? Diminuir ocorrências de pequenos roubos, furtos e tráfico de drogas que aumentaram nos últimos dias na região central de Campo Grande. Para combater os delitos, durante a noite desta sexta-feira (27), a Operação Andeja, ocupou, com mais de 40 servidores, a região da antiga Rodoviária, um dos mais críticos pontos campo-grandenses.
Foram 25 policiais militares, cinco guardas municipais, três fiscais da Semadur e oito agentes de trânsito, além do suporte de policiais civis na Depac Centro. Todos em um verdadeiro arrastão policial que verificou antecedentes, revistou e orientou pessoas em situação de rua, comerciantes, moradores e viciados que rondam as imediações.
O grupo foi dividido em dois. Um segui para a antiga Rodoviária, e outro para a Orla Morena.
A operação, apesar da constante tensão, e alguns momentos de correria, correu dentro do esperado e não teve incidentes de violência. Dois ou três, dos mais de 50 abordados pela PM, até tentaram tumultuar, discutir. Mas,logo cederam.
Os policiais chegavam, mandavam, e todos ficavam com “as mãos na cabeça, virados de costas para a parede”. A ‘geral’ serve para os policiais verificarem antecedentes criminais, posse ilegal de armas e entorpecentes, e também para orientar a população em situação de rua que precisa de ajuda.
Na hora do lanche
O objetivo era encaminhar até a delegacia quem tivesse mandado de prisão em aberto, acabar com o chamado “tráfico formiguinha” e autuar comércios e locais que vendem lanche de forma irregular. Cadeirantes, mulheres, quem passava pela rua, quem estava lanchando nos trailers, ninguém foi poupado, todos tiveram que passar pela abordagem.
Mas, não foram apenas os moradores em situação de rua os abordados, quem foi até a antiga rodoviária para lanchar, também passou por abordagem. Nem todos gostaram. Uma mulher que foi lanchar com o marido concorda com a ação, mas não achou certo ser abordada por estar “apenas lanchando” e se sentiu constrangida. Já seu marido 44 anos, que não quis se identificar, considerou a abordagem necessária.
“Eles (policiais) não me conhecem, então não dá pra saber se eu cometi ou não algum tipo de crime. É uma abordagem normal”, diz.
Quem também achou válida a operação foi Antonio Carlos do Prado, 60 anos, funcionário de uma das lanchonetes. “Quando esse tipo de trabalho é realizado, diminui o número de furtos”
Um comerciante de 53 anos da região contou que no entorno da antiga rodoviária há muitos furtos, e atribuí a queda de clientes aos medo “as pessoas tem medo de passar por aqui e serem assaltadas, porque eles roubam mesmo”. Ele disse ainda que os moradores de rua não saem dali porque têm tudo o que precisam. “Eles têm banho, tem roupa, comida três vezes ao dia, tem até gente que não é morador que vem pra cá pra pegar marmita”.
Prazo
Durante a operação, dois comércios foram fechados por funcionamento irregular e duas lanchonetes que funcionam no local foram notificadas e têm prazo de cinco dias para sair daquela área.
Passagens
A maioria dos abordados possui algum tipo de passagem policial. Um jovem por exemplo, tinha mais de 30 passagens pelos mais diversos crimes, a maioria cometidos quando ainda menor. Um cadeirante que também foi abordado, havia sido preso na quarta-feira passada com uma faca e porção de maconha
Encaminhados
Apesar de ser conhecida pelo tráfico e uso de drogas, a área da rodoviária não teve nenhum encaminhado para a delegacia, conforme contou o capitão Edcezar. “Realizamos busca pessoal, pedimos identificação e não havia ninguém com mandado de prisão em aberto. Encontramos vestígios de uso de entorpecente e fechamos um comércio irregular e dois forma notificados”, diz o capitão que acrescenta ainda que este trabalho tem importância preventiva em relação aos crimes cometidos na região Central. Um homem de 42 anos, viciado em drogas demonstrou interesse em buscar tratamento e pediu ajuda aos policiais.
Resultado
Foi mais de 300 (trezentas) pessoas abordadas, três condutores conduzidos por estarem dirigindo em estado de embriaguez, dois estabelecimentos comerciais que não estavam conforme a lei determinam foram fechados, veículos recuperados, além de flagrante de tráfico de drogas na Orla Morena.
Operação batizada
A denominação dada a pessoa que anda demais, andarilha. Sem haver necessidade, só para passar o tempo, Andeja é a nome de batismo para a operação realizada pela Polícia Militar.
Equipe: Mariana Rodrigues e Marcos Ermínio (Reportagem e Imagem), Fernando Baziquetto (Motorista)
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