Cinco profissionais já foram procurados pela quadrilha

Um novo está deixando em alerta engenheiros e construtores, que são os principais alvos. Os golpistas são bem articulados e usam de várias artimanhas para ganhar a confiança das vítimas e tentar levar vantagem.

Se passando por juiz ou juíza de uma comarca de Brasília-DF, o primeiro passo do estelionatário é fazer contato com um grande depósito de material de construção da cidade. Alegando possuir propriedades rurais no Estado, próximas a , o golpista pede a indicação de um engenheiro, que será o responsável pelas obras.

O segundo passo acontece, quando de posse das informações sobre o engenheiro, ele mantém o primeiro contato. Segundo uma “quase” vitima, profissional de 47 anos. A pessoa liga fazendo a apresentação.

“No meu caso, disse que era juiz de Brasília e que queria construir dois galpões em uma de suas fazendas, onde ficariam estacionadas suas máquinas agrícolas. Bastante falante ele acaba te envolvendo e chega até mesmo a enviar um esboço do projeto com as obras que ele deseja. Ele manda no Whatsapp as imagens do projeto. Quando a gente amplia em um computador é que vai perceber alguns erros de português e também nas medidas”, explica o engenheiro.

Golpe- A partir daí começa a ser desenvolvido o golpe. O fictício juiz afirma que quer começar as obras o mais rápido possível, mas alega surgimento de um problema de última hora. Os caminhões são monitorados por uma empresa de rastreamento que impede maior rapidez no deslocamento.

O golpista alega que para resolver a questão de forma mais célere, basta fazer um depósito na conta da empresa que o rastreador é desligado, e pergunta à eventual vítima sobre informações bancárias, como, por exemplo, em qual banco a pessoa possui conta. 

Ao receber a informação, ele informa ser justamente deste banco a conta da empresa rastreadora. Como o “juiz” tem conta em outro banco, ele pede para o engenheiro efetue o pagamento através de depósito da importância de R$ 814, que imediatamente será feito o ressarcimento também através de depósito.

Quase imediatamente começam as ligações com o autor tentando pressionar a vítima a fazer o depósito. No caso deste engenheiro, foram 25 em menos de 30 minutos. Desconfiado ligou para seu gerente questionando o depósito. A agência de Campo Grande comunicou-se com a agência que gerou o depósito. A informação era de que o envelope estava vazio. Desta forma, se ele efetuasse o depósito aqui, sofreria o golpe.

“Eles também ligaram para o construtor que trabalha comigo usando os mesmos argumentos, com a diferença que com ele foi uma “juíza”. Conversei com cinco colegas de profissão e quatro deles também receberam a mesma ligação. Estou divulgando este fato para servir de alerta aos demais colegas”, afirmou o engenheiro, que preferiu não se identificar.