Os policiais militares Douglas Walker Davalo de Oliveira e Alan Dyones dos Santos Silva, de 26 e 28 anos, foram presos no dia 11 de outubro, em , a 225 quilômetros de Campo Grande, acusados de roubarem uma residência no dia 6 de outubro. A prisão aumenta a lista de policiais sul-mato-grossenses implicados em crimes, e foi realizada por colegas do SIG (Setor de Investigações Gerais), da Polícia Civil de MS.

A prisão só foi divulgada nesta segunda-feira (15). Depois de investigações feitas foi descoberto que os militares, que foram transferidos de Dourados, sendo um para o Distrito de Ithaum e o outro para Campo Grande, no dia 6 de outubro teriam invadido uma casa e rendido uma família.

Durante o assalto à residência, um dos militares apontou a arma para a cabeça da esposa e da filha, de 10 anos, do morador. Durante o assalto, a touca de um dos bandidos caiu e o morador reconheceu o assaltante, que seria um dos militares presos. Eles fugiram levando dois celulares e R$ 700.

Após o relato do morador, policiais civis conseguiram localizar os dois militares, sendo que um deles foi preso e sua casa. que foram presos e transferidos para o Presídio de Militar da Capital. Um dos suspeitos já teria sido preso por envolvimento com contrabando de cigarros.

Prisões

Só neste ano 52 policiais entre civis, militares e rodoviários federais, foram presos no Estado. Os militares foram presos nas operações Oiketicus, Laços de Família e Népsis, e também de forma isolada pelo recebimento de propinas.

Laços de Família: 

A quadrilha era chefiada por um policial militar da cidade de Mundo Novo, que usava até 50 ‘laranjas’ para tentar esconder a movimentação financeira. A investigação, que começou em 2016, identificou entre 40 e 50 ‘laranjas’ usados pela quadrilha que atuava nos mesmos moldes da máfia: os integrantes eram todos da mesma família e com uma forte hierarquia. Os integrantes dos grupos inferiores eram chamados de ‘correrias’ e os de grupos superiores, identificados como ‘gerentes’.

Oiketicus: 

29 policiais foram presos durante as duas fases da operação Oiketicus, que investiga a atuação de policiais para garantir a livre movimentação da chamada “Máfia do Cigarro”, sendo que 28 foram denunciados.  os policiais recebiam dinheiro em troca de facilitação, inclusive ao prestarem informações aos contrabandistas. Em algumas situações, as fiscalizações sequer eram feitas e as cargas de cigarro contrabandeado “passavam batido”.

Népsis:

A operação foi feita pela Polícia Federal, e aconteceu em cinco Estados: Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Alagoas. Entre os presos, além dos líderes e dos “gerentes” da Organização Criminosa, encontram-se policiais da PRF, da Polícia Militar e da Polícia Civil do Estado do Mato Grosso do Sul.

Só em 2017, acredita-se que os envolvidos tenham sido responsáveis pelo encaminhamento de ao menos 1.200 (mil e duzentas) carretas carregadas com cigarros contrabandeados às regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Os valores em mercadorias contrabandeadas atingem cifras superiores a R$ 1,5 bilhão (um bilhão e meio de reais).