Bloqueadores de celular não têm sido suficiente para conter ação de grupos criminosos que atuam nos presídios de Mato Grosso do Sul. De dentro das unidades, chefes do PCC comandam ações por todo o País, desde negociações do tráfico de drogas até homicídios de rivais. Isso é o que aponta o Ministério Público de São Paulo em relatório após a Operação Echelon, conduzida pela Polícia Civil de Presidente Venceslau e que culminou na denúncia contra 75 pessoas.

Conforme informações veiculadas pelo jornal Folha de São Paulo relatório do Ministério Público aponta que, de dentro de dois presídios com bloqueadores de chamadas, um em Mato Grosso do Sul e outro em São Paulo, criminosos faziam a ‘farra das ligações’ sem impedimento na comunicação.

Com custo de R$ 30 milhões e depois de sete anos de testes realizados, os equipamentos foram instalados em 2014. Segundo a proposta apresentada o sistema deveria impedir rede de wi fi e bloquear o sinal das operadoras impedindo ligações telefônicas. Novas frequências ou tecnologias deveriam ser implantadas sem custo ao estado.

No entanto, a realidade que se vê nas penitenciárias não é conforme o proposto e levanta questionamentos sobre a eficácia do sistema para barrar a comunicação de detentos.

De acordo com a Promotoria, dezenas de criminosos foram flagrados em conversas telefônicas realizadas no ano passado dentro e fora de prisões em 14 estados, para tratar de tráfico e homicídios de agentes públicos. Entre elas estavam a Penitenciária de Segurança Máxima de , equipada com bloqueadores de sinal de celular.

No presídio de segurança máxima de Campo Grande, também aparelhado com bloqueador de celular, foram detectados telefonemas de Carlos Henrique dos Santos Costa, conhecido como Paraguaio, que aparece negociando drogas no Paraguai.

A reportagem ouviu de integrante do sistema prisional em MS relatos de tecnologia ultrapassada que bloquearia somente telefones com tecnologia 3G. Questionado pelo jornal Folha de São Paulo, o Governo do Estado informou que tem feito ações para combater “crimes ordenados de dentro de presídios”.

“O preso falar ao celular é algo grave, não há dúvidas. Ainda que fossem conversas com os familiares, mas eles usam isso daí para dar ordens, receber, todo o cotidiano do crime organizado. Precisa ser combatido, realmente”, disse à Folha o promotor Lincoln Gakiya.