Acusado disse que aceitou participar de assassinato de advogado porque sabia demais
O réu contou durante julgamento, que sua participação foi de dar fuga para os executores
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O réu contou durante julgamento, que sua participação foi de dar fuga para os executores
Durante julgamento na manhã desta quinta-feira (19), um dos acusados, um homem de 35 anos disse que só participou do assassinato do advogado Nivaldo Nogueira de Souza, porque sabia demais. Ele negou ainda que tenha recebido dinheiro para participar do crime que ocorreu em 2009, na cidade de Costa Rica, distante a 334 quilômetros de Campo Grande.
O réu contou durante julgamento, que sua participação foi de dar fuga para os executores do crime. “Eu não fui contratado para participar da morte do advogado. Eu estava sabendo de coisas que não queria saber, participei do crime porque sabia demais”, relatou.
Ele disse que na época tanto ele quanto sua família chegaram a ser ameaçados, já que quando ficou sabendo de todo o esquema ficou “atordoado e chegou a comentar com algumas pessoas da cidade”.
Questionado pelo juiz Carlos Alberto Garcete, sobre ter recebido dinheiro para participar do assassinato, ele negou. “Seria dada a quantia de R$ 60 mil para o atirador, mas como eu fiquei com medo, pois nunca havia feito isso, só aceitei dar fuga e não recebi nada”.
Julgamento
Os envolvidos já tinham passado por um julgamento em 2013, mas como parte foi absolvida e parte condenada, um novo júri foi realizado. Desmembrado em três partes, uma ocorreu nesta quinta-feira e os outros dois serão realizados na próxima terça e quinta-feira, em Campo Grande.
O processo passou por um desaforamento, ou seja, quando é transferido de um foro para outro. O pedido foi feito pela comarca de Costa Rica para que viesse para Campo Grande, pelo fato de envolvimento de pistolagem, e pelo crime ter acontecido em uma cidade pequena, para que fosse mantida a integridade dos jurados.
Crime
As sete pessoas envolvidas no crime receberiam R$ 40 mil de Oswaldo José de Almeida Júnior, mais conhecido como “Dinho”, 54 anos, apontado como mandante. Oswaldo, segundo a acusação do MPE (Ministério Público Estadual), mandou matar o advogado por vingança, pois a vítima estaria perturbando sua vida, inclusive processualmente, o que configuraria o motivo torpe.
No dia do crime, David, de 30 anos, levou Michel, de 35 anos, na garupa de uma moto até o local, onde estava o advogado- uma lanchonete. Outro participante, Francisco Pereira, de 30 anos, teria passado de carro e avisado que o advogado estava no bar. Após passar algumas vezes em frente a lanchonete, David subiu com a moto na calçada em frente ao estabelecimento, Michel Leandro desceu e atirou duas vezes contra Nivaldo. Após fugirem, Michel entrou no carro de Francisco e fugiram, a duas quadras do local do crime.
Segundo a acusação, Edoildo Ramos e Jair Roberto Cardoso são intermediários na contratação dos executores. Já Willian Inácio Rodrigues, de acordo com o MPE, teve participação moral e material pois apresentou Michel como pistoleiro.
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