No próximo dia 9 terá início o julgamento de 17 integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) réus pela morte do policial militar Otacílio Pereira de Oliveira –então com 60 anos- em março de 2013, em – a 338 quilômetros de Campo Grande. A imprensa local afirma ser o maior julgamento da história da cidade.

Ao todo, o Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros) –responsável pelas investigações à época do crime- indicou 21 envolvidos na execução. Do total, 19 foram denunciados, sendo que 17 supostos integrantes da facção PCC tiveram a denúncia acolhida e foram mandados a júri popular.

Foi apurado pela polícia que o grupo tinha por objetivo cumprir um “salve”, ordem vinda supostamente de um integrante do PCC, detento do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, para executar policiais em Três Lagoas, como demonstração de força da organização criminosa.

“Salve do PCC”

O policial militar da reserva foi executado na noite de 6 de março de 2013, quando chegava em casa em uma motocicleta. Na época do crime, ele atuava como mototaxista na cidade. A mulher da vítima disse à polícia ter ouvido o barulho e encontrou o policial ferido pelos tiros. Antes de ele morrer, Otacílio contou para a esposa que havia sido atacado por quatro pessoas.

Otácilo teria sido indicado pelo próprio sobrinho, que fazia parte da organização. Ele foi escolhido por ser supostamente um alvo fácil. O militar aposentado tinha trabalhado a maior parte da vida no administrativo e não andava armado.

Julgamento

O julgamento foi desmembrado e serão realizadas três sessões. De acordo com despacho do juiz Rodrigo Pedrini Marcos, da 1ª Vara Criminal de Três Lagoas, sob os réus pesam acusações de crimes diferentes. Na primeira sessão, no próximo dia 9, serão julgados os réus Maicon Gomes de Souza e Marcos Barbosa. Ambos são acusados dos crimes de homicídio qualificado e constituição de milícia privada e estão presos cautelarmente em estabelecimentos penitenciários federais.

O segundo julgamento foi designado para o dia 14 de maio, ocasião em que serão julgados os réus João Carlos Olegário da Silva, Jorge Aparecido dos Santos, Cleverson Messias Pereira dos Santos e Jair da Costa Silva. Estes réus são acusados dos crimes de homicídio qualificado e constituição de milícia privada e estão presos cautelarmente, mas em estabelecimentos penais localizados no Estado de Mato Grosso do Sul.

O terceiro julgamento será em 23 de maio, ocasião em que serão julgados os réus Thiago Cintas Bertalia, Ivan Verdugo Maciel, Michel Cazeto Ortiz, Fernando Rodrigues Monteiro, Jhonatan dos Santos Avelino, Douglas dos Santos Almeida, Luis Felipe Miranda Rios Saito, Fabrício da Silva Almerindo dos Santos, Ederson Santos de Oliveira, Francolino Teixeira da Silva e Fernando Anselmo dos Santos, que foram pronunciados somente com relação ao crime de constituição de milícia privada e não estão presos cautelarmente no âmbito do referido processo.