Vereador nega ‘carteirada’ e ameaças, mas confirma que vai denunciar policiais
Ele teria dito que ia transferir PMs para ‘bem longe’
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Ele teria dito que ia transferir PMs para ‘bem longe’
O vereador José Divino Francisco da Silva, 54, conhecido como “Fio do Povo”, deu outra versão sobre a suposta “carteirada” dada durante uma blitz na manhã desta segunda-feira (20), na cidade de Paraíso das Águas. A filha dele foi barrada por não portar a CNH (Carteira Nacional de Habitação) e isso o teria aborrecido. Fio do Povo, usando o nome do secretário José Carlos Barbosa, o Barbosinha (Justiça e Segurança Pública) disse que poderia usar a influência política para transferir os policiais militares que agiam na operação para “bem longe”.
O vereador, depois da discussão, assinou um boletim de ocorrência por ameaça e desacato.
Já Fio do Povo, por meio de comunicado emitido pelo advogado Kleber Furtado Coelho, disse que o caso nada tem a ver com a versão dos policiais.
Diz o advogado que “na manhã desta segunda-feira o vereador de Paraíso das Águas, Fio do Povo, recebeu uma ligação de sua filha que relatou que havia sido parada na blitz tendo em vista que não portava CNH”.
O defensor narra ainda que o “o vereador ao se deslocar ao local, com a CNH da filha, acompanhou a notificação ciente do erro de sua filha. Foi quando passou outra motorista no local, empresária da região que se encontrava na mesma situação que sua filha, ou seja, não portava CNH, quando o policial militar ao ouvir isto da empresária deixou esta ir embora, sem a devida retenção do veículo até a apresentação do documento e aplicação da multa, nos termos do art. 232 do Código Brasileiro de Trânsito”.
Ao assistir eventual irregularidade, o vereador teria reagido. “Foi quando o vereador Fio do Povo indagou aos policiais se a lei valeria para uns enquanto que para outros não? E diante destes fatos graves relatou que buscaria ajuda para que isso não ocorresse mais na cidade de Paraíso das Águas, pois entende ser incorreto tal favorecimento e claro ato de prevaricação (quanto o servidor deixa de praticar ato de ofício)”.
O advogado conclui o comunicado dizendo que vai levar o caso adiante. “Insta salientar, que em nenhum momento o vereador Fio do Povo desacatou os policiais, ou ameaçou, mas tão somente inquiriu que estes executassem seu trabalho conforme determina a lei, uma vez que o mesmo presenciou um ato de prevaricação. Diante dos fatos o vereador se deslocará até a Polícia Civil para relatar tais fatos que se constitui crime, bem como, junto a corregedoria da Polícia Militar.”
Para completar a queixa do vereador, o advogado Kleber Coelho disse que a Polícia Civil de Paraíso das Águas negou registrar o boletim de ocorrência contra a polícia e a próxima delegacia fica no município de Chapadão do Sul, distante 60 quilômetros distante dali.
A reportagem tentou ouvir os policiais, mas até a publicação deste material não tinha conseguido localizá-los.
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