Travesti é condenada a 24 anos, e irmão a 9 por morte de policial civil
Julgamento durou mais de 12 horas
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Julgamento durou mais de 12 horas
Após mais de 12 horas de julgamento, a travesti ‘Alexia’ e o irmão Alexandre Gonçalves da Rocha, foram condenados como autor e coautor do assassinato do policial civil Dirceu Rodrigues dos Santos, em 2014. Responsabilizada por quatro crimes, a mulher terá que cumprir pena de 24 anos de reclusão e 3 meses de detenção.
O julgamento dos cinco envolvidos na morte do investigador da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) aconteceu nesta quinta-feira (6) na 1ª Vara do Tribunal do Júri. Em depoimento, Alexia confessou ter sido a responsável pelos tiros que mataram o policial, durante a investigação do roubo de uma joia, e por isso foi condenada por homicídio doloso qualificado com recurso que dificultou a defesa da vítima.
Segundo o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, ficou comprovado a ‘culpabilidade intensa’ da acusada, que disparou friamente contra a cabeça do policial e ainda confessou estar com raiva no momento do crime. Pelo homicídio, ela foi condenada a 15 anos de reclusão, e teve mais seis anos acrescentados a pena “para garantir a impunidade dos delitos anteriores em relação a vítima” e pela reincidência, mas perdeu um ano pela confissão, totalizando 20 anos.
Alexia ainda foi condenada por lesão corporal dolosa contra o parceiro de Dirceu na investigação, o policial Osmar Ferreira, por furto qualificado e corrupção de menores, o que aumentou a pena definitiva para 24 anos e três meses de detenção por todos os crimes.
Durante a ação, foi reconhecido a “cooperação de tese dolosamente distinta” do irmão de Alexia, Alexandre Gonçalves da Rocha e por isso ele não foi julgado pelo conselho de sentença e sim pelo juiz Carlos Alberto Garcete.
O réu também foi condenado por quatro crimes, lesão corporal seguida de morte contra Dirceu, lesão corporal a Osmar, furto qualificado – já que foi ele o responsável por pegar a arma do investigador- e corrupção de menores. Ao todo, a pena de Alexandre, que confessou participação nos crimes, foi de 9 anos de reclusão, 3 meses de detenção e 10 dia-multa.
Geovane de Oliveira Andrade, de 18 anos, foi absolvido pelo Júri enquanto Cléber Ferreira Alves e Renato Ferreira Alves, de 36 e 21 anos, foram condenados por receptação e posse irregular de arma de fogo de uso permitido.
Cléber, por ser reincidente no crime, teve pena de 2 anos de reclusão, um ano de detenção e 10 dia-multa decretada. Já Renato foi condenado a um ano de reclusão, um ano de detenção e 20 dia-multa.
Entenda
O roubo que culminou no crime teria acontecido na Rua Barão do Rio Branco esquina com a Rua 13 de Maio, quando um empresário, que não teve o nome divulgado em nenhuma fase do processo, estacionou a caminhonete Hilux Prata e foi abordado por Alexia, e outra travesti conhecida como ‘Mayara’. Segundo a versão dos acusados, o empresário se recusou a pagar por um programa de R$ 100 e teve a corrente “penhorada”, até o pagamento da dívida.
Dirceu fazia a investigação do roubo da joia, avaliada no valor de R$ 80 mil, quando foi assassinado, no dia 7 de janeiro de 2014, no Bairro Campo Nobre. No dia do crime o policial teria chegado à residência onde estaria a joia e os suspeitos pelo crime, quando foi cercado por um grupo de sete pessoas, entre eles um adolescente de 15 anos.
Dirceu foi atingido por três tiros, sendo que dois disparos acertaram a cabeça e um o abdômen do policial. Osmar também foi agredido, mas conseguiu escapar, fugiu e pediu apoio aos policiais da Derf. Quando o reforço chegou ao local dos fatos o investigador já estava morto.
Na época, Cleber Ferreira Alves, 36 anos, Lúcia Helena Barbosa Gonçalves, 50 anos, Renato Ferreira Alves, 21 anos, Geovani de Oliveira Andrade, 18 anos, Alexandre Gonçalves Rocha, 19 anos e Alexia, foram presos em flagrante e tiveram as prisões decretadas pela Justiça. O adolescente de 15 anos também foi apreendido.
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