Suspeitos teriam embriagado e ateado fogo em mecânico para ficar com casa

A vítima teve o corpo jogado em fossa 

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A vítima teve o corpo jogado em fossa 

Um crime planejado e executado para se apossar da casa do mecânico Edson Martins da Rosa, de 53 anos. Foi assim que Elisandro Aparecido Fonseca, o ‘Bilico’, de 35 anos, explicou à polícia o homicídio do então amigo, em outubro deste ano. Ele e a esposa, Ana Flávia Ferreira Bruno, de 25 anos, foram presos nesta segunda-feira (6) no mesmo bairro onde mataram e esconderam o corpo da vítima, o Portal Caiobá.

A ossada de Edson Martins da Rosa foi encontrada na sexta-feira (3), dentro de uma das fossas do terreno da própria casa, localizada na Rua Astúrio Luiz Braga. Depois de meses sem notícias do pai, a filha do mecânico foi abordada por um desconhecido em um dos terminais de ônibus da cidade. O estranho então avisou que o corpo do homem estava fossa da residência.

A família de Edson acionou equipes da 6ª Delegacia de Polícia Civil, que na sexta-feira começaram as buscas. Durante a tarde, a ossada da vítima foi encontrada, enrolada em roupas e pedaços de um colchão, visivelmente carbonizado. As buscas pelos autores continuaram e nesta segunda-feira, o casal foi preso, também no Portal Caiobá.

Os dois suspeitos foram levados para o DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios). Lá, ‘Bilico’ confessou o crime e contou ao delegado Márcio Shiro Obara detalhes do crime, que segundo ele, aconteceu para que ele e a mulher ficassem com a casa de Edson.

O crime foi planejado e aconteceu em outubro, não em agosto como divulgado anteriormente. Na data, o trio passou o dia ingerindo bebidas alcoólicas. Enquanto o mecânico bebia, ‘Bilico’ fingia estar acompanhando, a intenção, conforme explicou ele, era deixar o colega bêbado, impossibilitado de reagir.

No fim da tarde, o suspeito pegou um pedaço de madeira, de aproximadamente 1 metro e desferiu um golpe forte na cabeça de Edson, que estava sentado no sofá. A vítima ficou inconsciente e foi arrastada para o quarto pelo casal. Eles deixaram o homem ali e saíram para beber em um bar da região.

“Quando voltaram, confirmaram a morte da vítima, enrolaram o homem em um colchão e o levaram para fora. Atearam fogo no colhão e jogaram o corpo dentro de uma das fossas da casa, que estava desativada”, narrou o delegado. Depois do assassinato, Ana Flávia e Elisandro Aparecido passaram dois meses morando na casa do mecânico.

Em janeiro, depois de vários boatos pelo bairro, a família percebeu o sumiço de Edson e registrou um boletim de ocorrência pelo desaparecimento. Mesmo diante de todas as provas e da confissão de ‘Bilico’, Ana Flávia negou envolvimento no crime. Ela afirmou que viu todo o homicídio, mas que em momento nenhum ajudou no crime.

Segundo o delegado, o envolvimento da mulher será investigado, já que ela desmente a versão do marido. Além de confessar o crime, o ‘Bilico’ ainda afirmou que todas as agressões anteriores a Edson já eram uma tentativa de afastá-lo da casa. “Vamos investigar se esse realmente foi à motivação do crime. Precisamos confirmar se a intensão a apropriação do bem”, explicou o Obara.

O casal está preso temporariamente desde ontem e por conta da gravidade do caso podem ficar 30 dias detidos. Eles serão indiciados por homicídio qualificado pela impossibilidade de defesa da vítima, destruição e ocultação de cadáver.