Suspeito de assassinar jovem já tentou matar ex e tinha mais de 10 passagens
Justiça já condenou o suspeito por duas vezes
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Justiça já condenou o suspeito por duas vezes
Uma ficha criminal com mais de dez passagens por casos envolvendo violência doméstica, entre elas uma tentativa de homicídio. Duas condenações por crimes contra a ex-mulher e pelo menos três fugas do sistema prisional. Esse é o histórico do principal suspeito de matar a golpes de tesoura a jovem Mayara Fontoura Holsback, de 18 anos.
O corpo da atleta de handebol foi encontrado na manhã de sábado (16). Mayara estava em sua cama, já sem vida, com ferimentos no pescoço possivelmente causados com uma tesoura, apreendida pela polícia na residência.
Há alguns anos Mayara mantinha um relacionamento com um homem de 32 anos. Ele é apontado pela família, amigos e também pela polícia, como o assassino da jovem. Preso justamente por tentar matar a ex-mulher, o suspeito recebeu a liberdade na véspera do crime, quinta-feira (14).
O crime pelo qual o suposto assassino de Mayara cumpria pena aconteceu em julho de 2011. Com três tiros ele tentou matar a ex-mulher, com quem tinha uma filha de sete meses, acabou atingindo também o próprio joelho e foi preso em flagrante na Santa Casa de Campo Grande. Na época chegou a mentir que havia sido vítima de um assalto para não contar onde havia jogado a arma usada no crime.
Só em audiência com o juiz afirmou ter comprado o revólver calibre 38 em uma boca de fumo a poucos metros ao posto, localizado na Avenida Fernando Correa da Costa, onde ele atirou contra a ex, de quem estava três dias separado. Alegou que não tinha intenção de matar a mulher, que os tiros eram para dar um susto nela e que comprou a arma por acaso, para se defender de ameaças.
Bem diferente da visão distorcida do suspeito, registros policiais mostravam que a violência contra a vítima vinha de muito antes. Em julho de 2010, em uma das brigas entre o casal, a mulher foi novamente espancada, desta vez chegou a perder os dentes, tamanha a força do soco que a atingiu na boca.
O homem foi condenado pela lesão corporal a três meses de reclusão. Mas só foi cumprir a pena neste ano, quando foi capturado no dia 26 de abril, mesmo dia em que foi preso pela terceira vez depois de evadir do sistema prisional de Campo Grande, onde deveria cumprir a pena de três anos e sete meses de reclusão pela tentativa de homicídio.
Se no primeiro momento ele foi condenado ao regime aberto, suas fugas o fizeram progredir de regime, primeiro para o semiaberto e depois para o fechado. Até quinta-feira, dia 14 de setembro, ele estava no Instituto Penal de Campo Grande, mas ganhou a liberdade por cumprir parte das penas que o mantinham detido e também por não ter “registro de falta grave em 2016”.
Ameaças, vias de fatos, lesões corporais recíproca, injúrias e lesões corporais, todos crimes contra mulheres, marcam a ficha criminal do suspeito, que em juízo se explicou das ocorrências culpando a vítima e afirmando que agredia para se defender.
Mayara se tornou mais uma vítima do suspeito e segundo familiares era constantemente ameaçada. O motivo, o ciúmes doentio do companheiro. A morte da jovem é investigada pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) que ainda não se pronunciou sobre o caso.
Conforme informações da Polícia Civil, um pedido de prisão em nome do suspeito já feito e uma coletiva de imprensa deve ser realizada pela delegada responsável pelas investigações ainda nesta semana. Enquanto isso, policiais da especializada e investigadores do GOI (Grupo de Operações e Investigações) seguem as buscas pelo autor.
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