Seis dias após assassinato de empresário, polícia ainda não ouviu família da vítima
Reconstituição da cena do filme não foi definida
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Reconstituição da cena do filme não foi definida
Depois de seis dias do assassinato de Adriano Correia, de 32 anos, no dia 31 de dezembro, na Avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande, por um policial rodoviário federal, a família do empresário ainda não foi ouvida pela polícia, segundo uma sobrinha dele.
“Sei que várias pessoas foram ouvidas, mas até ontem (quinta) ninguém da família foi chamado para prestar depoimento”, disse a jovem. A assessoria de comunicação da Polícia Civil não deu detalhes da identificação das pessoas ouvidas pela delegada que cuida do caso, Daniella Kades.
Ainda de acordo com informações da assessoria, a reconstituição do crime só será feita caso haja divergência nos depoimentos. Os áudios da ligação que o Policial Rodoviário Federal, Ricardo Hyun Su Moon, de 47 anos, disse ter feito para o 190 e os vídeos do acidente foram solicitados pela delegada na tentativa de esclarecer o momento e em quais circunstâncias o policial atirou em Adriano.
A briga de trânsito e o assassinato
Segundo o depoimento do policial, o empresário morto dirigia uma Hilux e teria ‘fechado’ a Pajero no trânsito. O policial então teria ficado irritado. A briga aconteceu na Avenida Ernesto Geisel, quase no cruzamento com a Avenida Afonso Pena, e se estendeu até as proximidades do Horto Florestal, na Ernesto Geisel. “Vamos chamar a Polícia de Trânsito para resolver isso”, teria dito o ocupante da Hilux, segundo uma testemunha.
De acordo com testemunhas, o empresário tentou ir embora e o policial teria atirado várias vezes, ainda de dentro do carro, atingindo o motorista no pescoço e o adolescente nas pernas. Após ser atingido pelos tiros, Adriano perdeu o controle da camionete, que atingiu um poste. Com o impacto, o poste chegou a cair em cima do veículo.
Segundo populares, o tio do motorista chegou a ser arremessado do veículo após o acidente e sofreu ferimentos no braço. Ele foi levado com o filho para a Santa Casa de Campo Grande. Equipes do Corpo de Bombeiros, PRF (Polícia Rodoviária Federal), Polícia Militar, Polícia Militar de Trânsito e Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Polícia Civil, Perícia e também funerária estiveram no local. O policial foi levado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro. (Matéria alterada para acréscimo de informações).
A prisão
Já na noite de quarta-feira (4), a prisão do policial foi decretada e na manhã de quinta-feira (5) ele foi levado para uma cela do Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros). Conforme o juiz, não se trata de voltar atrás no entendimento que fez com que ele decidisse a princípio pela liberdade do policial.
Conforme o juiz José Andrade, ele decidiu pela prisão do policial a partir das novas provas e fatos apresentados pelo MPE (Ministério Público Estadual) que não estavam no auto de prisão em flagrante.
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